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A série de podcasts do Instituto Claro sobre o Campus Mobile chega em sua segunda edição, desta vez, para falar da categoria Diversidade do programa. O desafio, aqui, é que os ingressantes optem por produtos e serviços que sejam voltados para soluções digitais em temas, por exemplo, como o do empoderamento de mulheres e minorias, redução de discriminação e promoção dos direitos desses grupos.

Uma outra dica de linha a seguir está na questão da acessibilidade digital. Para o integrante da equipe do Movimento Web Para Todos, Odilon Gonçalves, ouvido pelo Instituto Claro nesse áudio, apostar nessa tendência é algo atual.

“Também tive oportunidade de ser um dos avaliadores do Campus Mobile e, além de ajudar a galera com o escopo de projeto, eu pude compartilhar um pouco com eles sobre a acessibilidade digital. E a receptividade da galera foi incrível! Inclusive, muitos dos finalistas contemplaram isso na iniciativa deles e você vê que eles foram impactados pelo conteúdo”, afirma ele.

De acordo com Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há quase 46 milhões de pessoas que se consideram com alguma deficiência. Nesse sentido, aplicativos inclusivos e que contemplem linguagem acessível a todos são bem vindos.

Simone Freire com a galera depois da sua palestra sobre acessibilidade digital na 6ª edição do Campus Mobile (crédito: arquivo pessoal)

 

“Não existe diversidade sem inclusão. Ela é pluralidade, é o diferente. Cada pessoa tem uma especificidade e quando a gente traz isso para um programa como o Campus Mobile, que lida com jovens talentos pra trabalhar aplicativos com foco em questões sociais, a acessibilidade transversaliza tudo”, enfatiza a especialista em questões de inclusão digital e fundadora do Movimento Web Para Todos, a jornalista Simone Freire.

Ela defende ainda que, pensar na inclusão da pessoa com deficiência (PCD), não é benefício apenas para essa população. “É importante fazer com que esses jovens do concurso respeitem as diferenças das PCDs e, mesmo que a categoria deles não esteja relacionada a uma ferramenta para eles, a acessibilidade é essencial na vida de todo mundo. Porque quando a gente trabalha essa questão nos projetos, a gente torna os aplicativos mais fáceis de serem usados, por exemplo, para idosos, crianças e analfabetos funcionais”, argumenta Freire.

No áudio, a jornalista traz ainda outras dicas fundamentais para os jovens que querem uma oportunidade no programa Campus Mobile.

Créditos:
Os trechos de músicas utilizados no áudio, por ordem de entrada, são: “Ser Diferente é o que nos torna iguais” (Rafael Jr.), “Diferença” (Lenine), “Mamãe no Face” (Zeca Baleiro).

Crédito da imagem principal: zlikovec – iStock

Transcrição do áudio:

Odilon Gonçalves:
Eu sou Odilon Gonçalves, um dos líderes do Web Para Todos. Também tive oportunidade de ser um dos avaliadores do Campus Mobile e, além de ajudar a galera com o escopo de projeto, eu pude compartilhar um pouco com eles sobre a acessibilidade digital. E a receptividade da galera foi incrível! Inclusive, muitos dos finalistas contemplaram isso no projeto e você vê que eles foram impactados pelo conteúdo.

Marcelo Abud:
Odilon Gonçalves é parceiro do Instituto Claro. Ele aposta na acessibilidade digital como um bom tema de projeto a ser considerado pelo ingressante desta oitava edição do Campus Mobile.

Vinheta “Instituto Claro – Campus Mobile”

Marcelo Abud:
Esta série sobre o programa chega agora na segunda edição para tratar da categoria Diversidade. Os optantes por esta modalidade têm como objetivo essencial criar aplicativos para serem consumidos por todos.

Para tratar pontualmente sobre o assunto, o Instituto Claro ouve também a jornalista especialista em questões de inclusão digital e fundadora, desde 2017, do Movimento Web Para Todos, Simone Freire.

Simone Freire:
A gente tem uma luta muito grande pela comunicação inclusiva, que é fazer todo o ambiente digital estar preparado para todo mundo, inclusive pessoas com deficiência. E o movimento, ele nasceu com esse propósito de a gente criar a cultura da acessibilidade digital no Brasil pra que os profissionais de comunicação e de marketing também pensem na pessoa com deficiência em seus projetos.

Música: Ser Diferente é o que nos torna iguais (Rafael Jr.)
“Assim se faz inclusão / Com plena participação / Acolhimento é sinal de igualdade”

Simone Freire:
Não existe diversidade sem inclusão. A diversidade é isso, é pluralidade, é o diferente; cada pessoa tem uma especificidade e quando a gente traz isso para um programa como um projeto como o Campus Mobile, que lida com jovens talentos pra trabalhar aplicativos com foco em questões sociais, a acessibilidade ela transversaliza tudo, porque acessibilidade é pensar justamente no acesso a todas as pessoas. Então, isso tem muito a ver com a diversidade, está diretamente ligada à diversidade. Não existe você pensar em acessibilidade e inclusão da pessoa com deficiência sem que se trabalhe essa comunicação que seja para todos. Então, isso dentro do universo do Campus Mobile, é muito importante fazer com que esses jovens comecem a programar e criar seus aplicativos numa esfera de que seja para todos, inclusive pessoas com deficiência.

Música: Ser Diferente é o que nos torna iguais (Rafael Jr.)
“Viver em sociedade / É tornar a cidade / Acessível para qualquer cidadão”

Simone Freire:
Essa questão da inspiração, ainda mais com jovens, que têm insights todo dia, o tempo todo, eu particularmente acredito que, pra gente pensar em uma ideia que seja realmente inovadora e que faça sentido para alguém que não seja só a gente, a gente deve, principalmente, “calçar o sapato do outro”. Se os jovens tiverem ideia de aplicativos nesse sentido, eles tem que envolver e consultar as pessoas com deficiência. Isso é uma dica muito importante. Então, não adianta só ter a ideia, assim, essa ideia faz sentido, mas eu tô pensando em um aplicativo que vai facilitar a vida do surdo. Você já conversou com o surdo pra saber se essa ideia realmente vai fazer sentido para ele? Isso eu vejo muito nos jovens, eles querem inovar, querem fazer diferente, mas poucos realmente praticam a empatia de sentar com o beneficiado daquela ideia e entender se ela é realmente é importante pra ele. E aí, nesse caso da pessoa com deficiência, principalmente dessa categoria ali dentro da diversidade, é fundamental.

Marcelo Abud:
Simone Freire cita exemplos de trabalhos que tiveram a preocupação com a questão da inclusão na edição passada do programa.

Simone Freire:
Eu participei um pouquinho mais próxima da edição de 2017 do Campus Mobile, e eu lembro que, naquela ocasião, tinha vários aplicativos ligados à inclusão da pessoa com deficiência. Então tinha o “Fala aí”, tinha o “Ative Libras”, o “JADE”, ligados a questões como o autismo, a inclusão do aluno surdo. Ideias maravilhosas e que realmente faziam todo o sentido. E essas pessoas ouviram a comunidade, esses jovens ouviram as pessoas com deficiência pra aquele aplicativo fazer sentido.

Marcelo Abud:
Para a fundadora do Movimento Web Para Todos, a temática da inclusão é um diferencial a ser levado em conta pela banca do Campus Mobile, sobretudo na categoria Diversidade.

Simone Freire:
Se a gente considerar, hoje, a sociedade que a gente vive, cada vez mais as pessoas estão encontrando o seu próprio lugar. Independentemente de cor, de orientação sexual, de limitação física, intelectual. Então, a diversidade na minha visão é o respeito a essas diferenças, permitindo que a gente ofereça condições de igualdade dessas pessoas exercerem a sua cidadania. Porque a gente tem até uma frase muito interessante, que é “para as pessoas, de uma maneira geral, a tecnologia torna a vida mais fácil. Para as pessoas com deficiência, a tecnologia torna a vida possível!”. Então é uma frase muito impactante, que quando você para e imagina que a gente está dentro de um conceito de se respeitar as diferenças, pra você respeitar você também precisa dar condições de igualdade para as pessoas, respeitando essas diferenças.

Música: Diferença (Lenine)
“Se cada ser é só um / E cada um com sua crença / Tudo é raro, nada é comum / Diversidade é a sentença”

Simone Freire:
Tudo isso para falar o quanto é importante fazer com que esses jovens do Campus Mobile respeitem as diferenças das pessoas com deficiência e, mesmo que a categoria deles não esteja relacionada a um aplicativo para pessoas com deficiência, a acessibilidade ela é essencial na vida de todo mundo. Porque quando a gente trabalha a acessibilidade nos projetos, a gente torna os aplicativos mais fáceis de serem usados, por exemplo, pra idosos, pra crianças, para os analfabetos funcionais.

Marcelo Abud:
A entrevistada traz argumentos que fortalecem a ideia de se criar apps para o uso de todos.

Simone Freire:
Os aplicativos ranqueiam melhor nos buscadores. Toda busca que a gente faz, seja pra apps ou pra sites, quando a gente está trabalhando a questão da acessibilidade, melhora o posicionamento na busca. A gente amplia também a oportunidade do nosso produto chegar a muito mais pessoas. Então é uma oportunidade para esses jovens praticarem a inclusão e trabalharem o produto deles pra muito mais pessoas, do que simplesmente pra pessoas com deficiência.

Marcelo Abud:
Vai optar pela categoria Diversidade? Então, siga estas dicas fundamentais para não errar a mão na configuração do projeto.

Simone Freire:
Estudar muito mesmo todo o cenário em volta da ideia que você tem. Então assim, já existe? Ah existe… Então, não tem problema se já existir, mas o que é que eu tenho de diferente em relação a essa solução que existe? Qual o tamanho do público que eu vou impactar? Como que eu posso fazer uma solução que eu possa, inclusive, remunerar por meio, eventualmente, de uma assinatura muito barata ou eu posso dar uma solução grátis e aí a pessoa se interessando ela paga uma mensalidade um pouquinho maior, que não vai onerar… Então, assim, hoje se fizer algumas buscas na internet, a gente já consegue ter esse tipo de informação e, no próprio programa, né, no próprio projeto, eles vão ter mentores maravilhosos nesse sentido.

Marcelo Abud:
Fique atento: há também algumas armadilhas a serem evitadas.

Simone Freire:
A maioria dos jovens que estão começando criar projetos não sabe em relação a diversidade da pessoa com deficiência é que a acessibilidade não é coisa de programador apenas. Quando a gente fala de fazer um aplicativo que seja mais acessível pra todo mundo, inclusive pessoa com deficiência, a gente tá falando de experiência do usuário. Então, é importante olhar toda essa parte de interação, navegação, como é que um cego vai acessar o meu aplicativo? Como eu tenho uma pessoa, por exemplo, é um tetraplégico vai conseguir interagir com o meu aplicativo por meio da voz? Essa questão envolve a experiência do usuário, que é basicamente design, o desenvolvimento e lembrando da produção de conteúdo também é muito importante. Porque é isso, se você tem um aplicativo, por exemplo, que vai exibir textos, é importante que ele também esteja preparado para receber as tecnologias assistivas. Pensar em textos mais diretos, mais leves, sem metáforas. Então se, por exemplo, o texto não está preparado para esse tipo de interação da tecnologia, o avatar não vai funcionar.

Marcelo Abud:
Essas e outras dicas, você encontra no site do Movimento Web Para todos, o mwpt.com.br. Por lá, o visitante terá tudo o que precisa para desenvolver sites e aplicativos acessíveis.

É hora, então, de “construir uma internet melhor pra todo mundo”! Esse é o lema do movimento, cuja equipe é parceira do Instituto Claro e também do Campus Mobile.

E não se esqueça. Este podcast é o episódio nº 2 de uma série de seis sobre o Campus Mobile. Continue conectado para aumentar suas chances de se dar bem nessa jornada!

Música: Mamãe no Face (Zeca Baleiro)
“Faz um download e ouve aí”

Marcelo Abud:
Com apoio de produção de Daniel Grecco, Marcelo Abud para o Instituto Claro.

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