Leonardo Valle

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) calcula que são desperdiçados 1,3 bilhão de toneladas de alimentos, anualmente, em todo o mundo – o que equivale a um terço da produção mundial. Já aqui no Brasil, a estimativa da World Resources Institute (WRI) é que são jogados no lixo 41 mil toneladas de comida ao ano. Combater o desperdício seria uma forma de ajudar a controlar a fome no mundo, que atinge, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 925 milhões de pessoas.

“Todo o cidadão tem responsabilidade em relação ao desperdício. O problema é fruto do consumo inconsciente, de comprar em excesso ou fazer compras não planejadas”, descreve a nutricionista do Centro de Recuperação e Educação Nutricional (CREN), Juliana Calia. “Além disso, jogamos fora partes importantes dos alimentos que poderiam ser utilizadas. É o que chamamos de aproveitamento integral”, destaca

Tudo se aproveita

Culturalmente, não entendemos como alimentos as cascas, as sementes, entrecascas e folhagens de determinadas frutas e legumes. O resultado é que eles acabam indo para a lixeira, gerando mais resíduos para os aterros sanitários. “A questão é que esses alimentos são ricos em nutrientes. Quando vemos em uma tabela nutricional, por exemplo, que uma fruta tem uma certa quantidade de vitamina C, o cálculo não diz respeito apenas ao seu miolo, mas à sua composição integral”, esclarece.

As cascas da laranja e do limão, quando raladas, por exemplo, podem virar temperos de peixes. Além disso, elas acrescentam um gostinho especial em bolos e biscoitos caseiros. “Com isso, diminuímos o consumo de alimentos industrializados por tabela, conhecidos por apresentarem altas quantidades de sódio, gordura e açúcar”, aponta Calia. Outras sugestões: a casca do abacaxi pode ser fervida e se transformar em chá ou substituir o vinho do sagu. Já a da banana é matéria-prima para brigadeiro ou chips.

Quando o assunto são as sementes, o exemplo mais tradicional é a da abóbora. Elas podem ser torradas e consumidas como petiscos. Os caroços de melancia viram um chá quando fervidas. “E é possível usar as da jaca no vinagrete”, ensina a nutricionista.

As folhas da cenoura e da berinjela podem ser servidas nas saladas. “A rama da berinjela tem uma coloração rosada bonita, além de ter um sabor levemente adocicado”, diz a profissional. Por fim, os talos da couve-flor, brócolis, salsa, agrião e beterraba dão vida a bolinhos e farofas.

Para colocar a mão na massa, inspire-se em algumas receitas elaboradas pelo projeto Mesa Brasil do SESC, pelo Sesi e pela Prefeitura de Florianópolis.

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