Leonardo Valle

Dos 180 homicídios de lésbicas ocorridos no Brasil entre 2000 e 2017, 126 aconteceram somente nos últimos três anos. Esse é um dos dados apresentados pelo Dossiê sobre Lesbocídio no Brasil, elaborado pelo Núcleo de Inclusão Social (NIS), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Primeiro documento do gênero, o dossiê investiga as especificidades dos assassinatos de lésbicas. Ao contrário do que acontece com o feminicídio, geralmente caracterizado como crime doméstico, 83% dos assassinatos de homossexuais femininas são praticados por homens que não possuem parentesco com a vítima. Outra particularidade é que o estado de São Paulo concentra a maioria das mortes registradas (20%).

Mulheres lésbicas também têm mais chances de serem mortas quando residem no interior dos estados. Dos 126 homicídios ocorridos entre 2014 e 2017, 82 foram cometidos fora das capitais. O levantamento identificou, ainda 33 suicídios ocorridos no período, em sua maioria com mulheres entre 20 e 24 anos, seguida da faixa etária de até 19 anos.

A coleta de dados foi realizada por monitoramento de redes sociais, sites, jornais eletrônicos e demais fontes de registros de crimes nacionais, regionais e locais. Segundo o NIS, contudo, o fenômeno é subnotificado e os dados podem ser maiores.

Crédito da imagem: santypan – iStock

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