Sarah Fernandes

Indígenas de 23 etnias de comunidades da bacia do Rio Negro lançaram a marca coletiva de artesanato Wariró. Ela busca fortalecer a cadeia produtiva do setor, sobretudo entre as mulheres indígenas. Juntos, eles venderão peças de cerâmica negra dos Tukano e cerâmica branca dos Baniwa, além de colares, bolsas, brincos, braceletes e cestarias de povos como Yanomami, Baré, Dãw e Hupda.

A Wariró foi lançada durante o I Encontro Arte Wariró, realizado em São Gabriel da Cachoeira (AM), neste mês. No evento – que tem apoio da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), do Instituto Socioambiental (ISA) e da União Europeia – foram definidos o plano de gestão de negócios, a precificação das peças e a logística de produção e escoamento. Também foi lançada a identidade visual da marca.

Os produtos serão expostos para venda na Casa Wariró, em São Gabriel da Cachoeira (AM), que passará a funcionar como um ponto de referência do artesão indígena e como centro de difusão de conhecimentos e tradições das etnias do Rio Negro.

A expectativa é que a criação da marca propicie maior geração de renda e autonomia para as mulheres. “Muitas vezes o marido diz que ele caça, pesca e a companheira depende dele. Com o artesanato, ela ganha a sua independência. Buscamos concretizar a autonomia e o bem viver das indígenas”, disse a coordenadora do Departamento de Mulheres da FOIRN, Elisângela da Silva Costa, da etnia Baré, ao site do ISA.

Um dos grandes desafios das comunidades, como concluíram os participantes, será o custo logístico, já que é preciso enfrentar grandes distâncias para que os produtos cheguem aos consumidores. Outro ponto importante a ser trabalhado é a inexperiência das comunidades na definição de preços. Para criar um método, os artesãos se dividiram em grupos por tipo de artesanato e definiram os custos de produção, levando em conta tamanho da peça e a matéria-prima.

Algumas peças produzidas pelos indígenas do Rio Negro já podem ser adquiridas em São Paulo capital, no Mercado de Pinheiros (Box da Amazônia) e em Manaus, na GaleriAmazônica.

Com ISA

Crédito da imagem: Moisés Baniwa/reprodução site ISA

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