Leonardo Valle

“Onde você gostaria de estar daqui a cinco ou dez anos”? A pergunta parece simples, mas mexe com a ideia de futuro e com o conceito de planejamento. Para respondê-la, entra em cena a importância de se elaborar um projeto de vida.

“O projeto de vida é como um plano que se espera cumprir ao longo do tempo para alcançar determinado resultado. Porém, essa espera é ativa: age-se para que esse algo aconteça”, esclarece o professor do curso de psicologia do Centro Universitário São Camilo (SP), Luciano Sewaybricker. “A pessoa lança ao futuro uma imagem de si que deseja alcançar e, a partir dessa imagem, traça um plano para conquistá-la”, ressalta.

Mas será que apenas cursar uma faculdade ou estar empregado, significa, necessariamente, que eu já tenho um projeto de vida? Para o especialista em gestão de pessoas e professor da Universidade Norte do Paraná (Unopar), Henrique Gambaro, a resposta é negativa. “O diferencial é que todo projeto precisa de um sentido, de uma motivação. Existem pessoas que vivem no ritmo ‘deixa a vida me levar’. Nesse caso, há o risco de se tornarem passivas e, com a idade, frustradas”, responde. “Fica difícil pensar em uma vida em que o que vier está bom. Todo ser humano almeja sonhos e, nesses sonhos, podem estar os projetos de vida”, acrescenta.

Traçando um plano

O primeiro passo para se traçar um projeto de vida é conhecer (e entender) os objetivos que são importantes. Tal levantamento é individual. “Basicamente, dentre todas as coisas, quais são aquelas que têm maior valor para mim?”, questiona Sewaybricker.

Na sequência, listam-se os passos necessários para realizar o objetivo identificado. “Preciso estudar para chegar lá? Economizar dinheiro? Convencer pessoas próximas? Pedir demissão? Mudar de país? São perguntas que podem necessitar de respostas”, exemplifica Gambaro. Para completar, dois pontos que devem ser analisados: tempo e motivação. “Afinal, nada é fácil ou acontecerá da noite para o dia. Assim, essa dupla é essencial para o fracasso ou o sucesso de um plano”, pondera o coach.

Ainda segundo Luciano Sewaybricker, a elaboração de um projeto de vida exige esforço, flexibilidade e resiliência para lidar com possíveis frustrações. “A execução de um plano traçado pode não nos levar ao lugar exato almejado”, ressalta.

Por fim, quanto mais áreas um projeto de vida englobar, melhor. A lista pode incluir saúde, família, bem-estar e realização profissional. “Porém, não podemos inserir no projeto apenas a nossa relação com o trabalho e com o mundo produtivo. Fazer o bem e alcançar um desafio, por exemplo, também podem estar no hall de opções”, conclui.

Apoio no percurso

Há pessoas que possuem mais dificuldades em identificar seus objetivos e valores. Nesse caso, entra em cena o apoio de um psicólogo. “A psicoterapia ajudará a entender melhor nossos valores e de onde eles vieram; o motivo de buscarmos certos futuros e outros não; e, ainda, como escapar de ciladas que armamos, por medo, para nos boicotar”, justifica Sewaybricker.

Outro profissional igualmente valioso no processo é o coach. Sua atuação, porém, é mais técnica e direcionada a questões específicas, geralmente do campo profissional. “O coach agirá para extrair o melhor de cada pessoa e direcioná-la onde haverá maior ganho. Nesse sentido, ele deve ter formação e visão sistêmica do mercado em que trabalha”, informa Gambaro.

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