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Marcelo Abud

O Dia mundial do Coração é comemorado em 29 de setembro. A data visa alertar e conscientizar as pessoas sobre atitudes que preservem a saúde do órgão. A data foi criada pela Federação Mundial do Coração (World Heart Federation) no ano 2000. No Brasil, cerca de 300 mil casos de infarto agudo do miocárdio são registrados por ano, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS).

Motivada pela perda do pai, em função de um ataque cardíaco, a publicitária e professora Irene Knoth se uniu novamente a sua ex-aluna e cofundadora da empresa social “Colabore com o Futuro”, Carolina Cohen. Ambas foram responsáveis pela criação do “Movimento contra o Linfoma”, em 2015, e, agora, estão envolvidas na criação da  hashtag “D♥” para o GAC, Grupo de Advocacy em Cardiovascular, que reúne 4 associações de pacientes no Brasil.

“Essa prática nada mais é do que lutar por uma causa, argumentar por uma causa. Tem algumas ONGs no Brasil que já falam de doenças cardiovasculares, mas, sozinhas, elas não têm tanta voz”, explica Cohen.

As publicitárias Carolina Cohen e Irene Knoth, juntas, em campanha para o Dia Mundial do Coração (crédito: Marcelo Abud)

 

A campanha vai ter início com um vídeo em que Knoth relata a experiência que teve com o pai. “Depois que ele teve o primeiro infarto, ele mudou tanto a vida dele: parou de fumar, começou a fazer atividades físicas de novo. Primeiro uma coisa mais simples, mais leve. Mas, depois, a gente já estava andando quilômetros de bicicleta. Ao mesmo tempo, isso me aproximou dele”, antecipa para nossa reportagem.

“Se a gente trabalhar pra que essa consciência sobre as cardiopatias seja considerada na vida das pessoas como algo mais preventivo do que ter que tomar remédio depois, a nossa ideia é que o dia seja mais comemorado como um dia de amor, do que um dia de saudade. E essa é a frase [da campanha].”

Além de estimular que todos participem com histórias que façam as pessoas refletirem sobre a importância de mudanças de hábito que podem garantir a saúde do coração, a campanha também tem o objetivo de lutar para que haja disponibilidade de medicamentos para o tratamento de doenças cardiovasculares no Sistema Único de Saúde (SUS).

“Nessa campanha, uma das ações será dentro da Alesp, que é a Assembleia Legislativa de São Paulo, pedindo para que os parlamentares também postem em suas redes sociais as histórias deles com a #D♥”, completa Cohen, que ressalta que esta é uma das maneiras de chamar a atenção dos governantes e mostrar a mobilização social em torno da melhoria no tratamento e prevenção de doenças do coração.

Ainda no áudio, você ouve o depoimento de Valdemar Jorge, que há 15 anos descobriu que suas artérias estavam entupidas. “Passei a diminuir a gordura, a comer salada e frutas, e a andar mais. Nunca frequentei uma academia, mas passei a andar em praça, a descer do ônibus um ponto antes do ponto da minha casa para andar este trecho”, relata o diretor de vídeo, que, aos 69 anos, convive com dois stents – próteses que evitam uma nova obstrução dos vasos sanguíneos, e diz se sentir bem com os novos hábitos.

Créditos:
A notícia da morte de Paulo Autran foi extraída de áudio do programa “Primeira Hora”, da  Rádio Bandeirantes, de 12 de outubro de 2007; a entrevista de Chico Anysio fez parte do programa “3 a 1”, exibido pela TV Brasil em dezembro de 2008; o depoimento de José Paulo de Andrade é do programa “Pulo do Gato”, da Rádio Bandeirantes, do dia 29 de agosto deste ano. A música de fundo é composta e executada por Reynaldo Bessa.

Crédito da imagem principal: Marcelo Abud

Transcrição do áudio:

Abertura: Depoimento de José Paulo de Andrade, notícia sobre morte de Paulo Autran e fala de Chico Anysio, sobre impacto do cigarro.

José Paulo de Andrade:
“Sabe uma dor que incomoda, dificuldade pra respirar, ou, então, um desmaio. Tem avisos…”

Karin Rodrigues (viúva de Paulo Autran):
“O cigarro acabou com ele.”

Locutor:
“Paulo Autran tinha câncer de pulmão e um enfisema pulmonar.”

Chico Anysio:
“Eu uso cadeira de rodas em aeroporto. Eu ando 50 metros, tô cansado.”

Vinheta: “Instituto Claro – Cidadania”

Música de fundo

Marcelo Abud:
Depoimentos que podem inspirar pessoas a mudar hábitos são a base de uma campanha para o Dia Mundial do Coração. Com a criação da hashtag “De coração”, a ideia é estimular a criação de vídeos em que experiências sejam compartilhadas, principalmente neste domingo, dia 29 de setembro. Para antecipar a ação, você ouve duas publicitárias envolvidas com a campanha.

Irene Knoth:
Meu nome é Irene Knoth, eu sou publicitária há mais de 40 anos.

Carolina Cohen:
Sou a Carolina Cohen. Há 10 anos trabalho com comunicação de causas e mobilização social, principalmente pra gente conseguir ampliar o acesso da população à saúde, por meio de construção ou melhoria de políticas públicas.

Marcelo Abud:
O Dia Mundial do Coração – 29 de setembro – tem por objetivo alertar e conscientizar a população sobre a importância de manter hábitos saudáveis e preservar a saúde do coração. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, o que motivou a criação da data.

Irene Knoth:
No fundo, quando você cria um dia pra alertar sobre alguma coisa, é porque as pessoas precisam tomar consciência de que o coração não tá ali à disposição. Ou seja, precisa cuidar.

Carolina Cohen:
Claro que as pessoas morrem por doenças cardiovasculares todos os dias do ano, mas é quando a gente consegue ter um marco, chamar a atenção de todo mundo pra esse fato num mesmo dia.

Marcelo Abud:
A iniciativa da campanha no Brasil é do GAC, grupo administrado pela Colabore com o Futuro e composto por 4 associações de pacientes.

Carolina Cohen:
É o Grupo de Advocacy em Cardiovascular. Advocacy nada mais é do que lutar por uma causa, argumentar por uma causa. Tem algumas ONGs no Brasil que já falam de doenças cardiovasculares, mas sozinhas elas não têm tanta voz. Então, o objetivo do GAC foi juntar 4 dessas ONGs que têm muita credibilidade, têm muito reconhecimento, pra que juntas a gente pudesse entender melhor quais são os desafios dos pacientes e definir como que a gente vai trabalhar em conjunto pra conseguir ampliar a voz do paciente, fortalecer a voz do paciente, chamar mais a atenção da mídia, do governo e da população em geral, que é isso que a gente tá fazendo com essa campanha.

Irene Knoth:
… que é para que medicamentos entrem dentro do SUS e, com isto, dar acesso a um número muito grande de pessoas a receberem o tratamento adequado, porque normalmente estes medicamentos são extremamente caros.

Marcelo Abud:
Irene revela o que a motiva a participar da criação da campanha de forma voluntária.

Irene Knoth:
Então, eu pensei, bom, eu como filha de uma pessoa que morreu de infarto, eu dar o meu testemunho e convidar outras pessoas a também darem os seus testemunhos, pra que mais pessoas… a gente gerasse um volume de testemunhos e, com isso, criar essa massa que percebe que é um dia do coração, é um dia de alerta, porque quando eu falo de coração, eu lembro do meu pai que morreu de infarto e ele é um dia de saudade. Então, se a gente trabalhar pra que essa consciência sobre as cardiopatias seja considerada na vida das pessoas como algo mais preventivo do que ter que tomar remédio depois, a nossa ideia é que o dia seja mais comemorado como um dia de amor do que um dia de saudade. E essa é a frase.

Marcelo Abud:
Em entrevista ao programa 3 a 1, da TV Brasil, em 2008, Chico Anysio declara seu arrependimento por ter fumado.

Entrevistadora:
“Se o tempo voltasse atrás, o que que você corrigiria, assim, na sua vida?”

Chico Anysio:
“Eu não fumaria, porque fumar é realmente a pior coisa que a pessoa pode fazer por si mesmo. Eu uso cadeira de rodas em aeroporto, eu ando 50 metros e tô cansado. Isso é um mal irreversível. Então eu só mudaria isso na minha vida.”

Marcelo Abud:
Depoimentos feitos de coração, como esse de Chico Anysio, é o que a campanha pretende estimular.

Irene Knoth:
Pra que todo mundo consiga postar e gerar esse volume nas redes sociais é com a hashtag, a letra D, coração – o emoji de “coração”. Porque se cada um postar uma mensagem de coração para as outras pessoas, a gente vai conseguir transformar esse dia de saudade, em amor. A gente vai fazer com que mais pessoas tomem consciência e mudem seus hábitos, com isso evitem os problemas mais tarde.

Carolina Cohen:
Pra que a gente possa prevenir estas doenças cardiovasculares, então, alguns hábitos simples, né? Alimentação saudável, não fumar, não beber, fazer exercício físico… então, conscientizar as pessoas de que, tendo uma vida mais saudável, a gente vai conseguir prevenir, claro que não todos, mas uma boa parte destes casos de doenças cardiovasculares.

Depoimento de Valdemar Jorge:
“Meu nome é Valdemar Jorge. Eu tenho 69 anos e, há mais ou menos 15 anos, eu descobri que eu tinha um problema no coração: entupimento de artérias. Eu achei um médico que falou que poderia ser corrigido, esse problema que eu tinha, com dois stents, que é um modo de você tratar essas artérias sem muita violência e depois mudar uma série de coisas na minha vida. Por exemplo, alimentação: passei a diminuir a gordura, passei a comer salada e comer frutas, sem muito sacrifício. E a outra coisa é ter uma vida menos sedentária. Ou seja, andar mais. Eu passei a andar. Nunca frequentei uma academia, mas passei a andar em praça, eu passei a descer do ônibus um ponto antes do ponto da minha casa, para andar este trecho… quer dizer, eu aproveitava qualquer momento que eu tinha pra fazer exercício. Eu tenho feito isso, tenho me sentido melhor e não tenho tido mais nenhum problema com o coração. Ou seja, não é tão difícil você mudar e é muito fácil você melhorar. Passei a ter mais controle sobre a minha vida. Acho que isso foram algumas soluções.”

Irene Knoth:
Com pequenos passos, mas depois de um tempo você vê como a sua vida muda. Que é o que aconteceu com meu pai, depois que ele teve o primeiro infarto. Ele morreu do segundo infarto. Depois que ele teve o primeiro infarto, ele mudou tanto a vida dele: parou de fumar, começou a fazer atividades físicas de novo, primeiro uma coisa mais simples, mais leve. Mas, depois, a gente já estava andando quilômetros de bicicleta. Ao mesmo tempo, isso me aproximou do meu pai. Então, muitas coisas… ele emagreceu, passou a desfrutar os fins de semana, mais calmo, fora de São Paulo, quer dizer, “n” mudanças na vida dele.

Carolina Cohen:
Mesmo se a pessoa não tenha nenhum caso na família, ela também pode deixar uma mensagem de coração, no sentido de dizer que o quanto ela apoia essa causa de coração. Dar dicas. Olha, então, eu tenho aqui uma receita super saudável ou outras formas de participar para também estar junto neste grande movimento de alertar sobre a importância da prevenção das doenças cardiovasculares.

Irene Knoth:
Se a pessoa acabou de perder uma pessoa querida porque faleceu de infarto ou faleceu, a participação dela é importante. É claro que a mensagem dela vai ser triste.

Notícia sobre a morte de Paulo Autran

Jornalista:
“A viúva de Paulo Autran, Karin Rodrigues, diz que o ator pediu para deixar uma última mensagem aos brasileiros.”

Karin Rodrigues:
“Ele queria que dissesse que ele morreu porque fumava. Porque o Dr. Drauzio mesmo falou, que se ele não fumasse, ele ficaria de 100 anos acima. Como a Bibi, que está trabalhando, mais velha que ele. Mas o cigarro acabou com ele. Então, ele pediu pra dizer isso, porque muita gente não largava o cigarro, porque falava ‘o Paulo Autran tem 85 anos e tá fumando, eu não vou parar, não’. Então, ele queria que dissesse que ele morreu porque fumava.”

Irene Knoth:
Ao mesmo tempo se alguém que passou por um infarto, fez uma cirurgia e percebeu o quanto a prevenção é importante e vai passar uma mensagem de otimismo, ótimo.

Vinheta do radiojornal “O Pulo do Gato”: “Jornal Bandeirantes, agora, com José Paulo de Andrade”

José Paulo de Andrade:
“Nossa, eu sempre digo aqui, o que eu baforei, olha, o que tinha de fumaça no estúdio da Bandeirantes. Então, não tínhamos essa consciência. Mas se você é fumante, saiba de uma coisa: metade tem aviso quando há a iminência de um problema cardíaco, um infarto, por exemplo. Sabe uma dor que incomoda, dificuldade pra respirar ou então um desmaio. Tem aviso. A outra metade simplesmente ó (som de batida na mesa) empacota. Você quer participar dessa roleta? Claro que não, né? Então, se você fuma, pense bem no mal que você está fazendo a você mesmo e a outras pessoas que dependem de você.”

Irene Knoth:
Bom, eu espero que, no dia 29 de setembro, próximo domingo, todo mundo poste o seu vídeo, o seu áudio, o seu story, contando uma história em relação a alguém ou a si mesmo em relação a questão de um problema cardíaco ou não. O mais importante é que todo mundo coloque uma mensagem e fale de coração. Que a gente transforme os próximos dias 29 de setembro em um dia de amor e não de saudade.

Música instrumental de fundo

Marcelo Abud:
Está feito o convite. Deixe a sua mensagem com a hashtag “D coração”. Espalhe o seu vídeo ou qualquer outra manifestação pelas redes sociais e estimule amigos, parentes e todos a seu redor a fazerem o mesmo.

Com apoio de produção de Daniel Grecco, Marcelo Abud para o Instituto Claro.

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