Confira o vídeo com audiodescrição

Sarah Fernandes

Uma unidade prisional onde os internos estudam e trabalham e onde não há superlotação, ligações com o crime organizado ou agentes de segurança. Este cenário parece muito distante do sistema carcerário brasileiro, porém ele já é realidade em sete estados do país onde funcionam unidades da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac), uma organização não governamental (ONG) criada em 1972, que propõe um método alternativo para o cumprimento de penas.

Nas Apacs, educação e trabalho são obrigatórios e os internos são responsáveis por todo funcionamento da unidade. Não há registro de rebeliões, mortes ou de ligações com o crime organizado, uma realidade cotidiana no conturbado sistema penitenciário do Brasil.

“Está dentro da nossa cultura que não precisa se recuperar, que bandido bom é bandido morto. Mudar a chavinha da sociedade que ao recuperar um preso, todos nós estamos resguardados, não é tão simples”, diz a encarregada administrativa da Apac, Daniela de Castro. “É muito significativo quando um recuperando vai para a Apac, onde ele vai ter a chave do portão. Alguém que feriu demais a sociedade e a própria sociedade deposita nele a confiança nessa mudança, acho que está aí o segredo.”

O número de Apacs em funcionamento no Brasil chega a 52 unidades, 40 delas em Minas Gerais, onde essa política foi incorporada pelo governo e pela Justiça à lei de execuções penais. As demais estão espalhadas por Rondônia, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e Maranhão. O modelo brasileiro, de base cristã, já foi exportado para 12 países, entre eles Chile, Colômbia, Coréia do Sul, Holanda, Itália e Portugal.

“Quando eu cheguei na Apac eu não tinha terminado os estudos. Em 2016, vim para a escola, onde eu me formei no fundamental. Ano passado eu formei no ensino médio e agora estou na faculdade”, diz o recuperando André Felipe Calsavara. “Quando eu sair da Apac eu quero procurar uma oportunidade de melhora de vida para mim e não ser o que eu era antes”. Acompanhe no vídeo o funcionamento desse modelo inovador!

Confira o vídeo com audiodescrição:

https://youtu.be/nvb1M7IWlq0

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