Publicado em
22 de julho de 2016
Compreender o sujeito de maneira integral pressupõe que a educação não pode ser somente cognitiva. “Paulo Freire afirmava que o sujeito conhece com seu corpo inteiro. Ele é carregado de emoções, sentimentos, desejos, razão e mente crítica”, descreve a pesquisadora do Núcleo de Educação Integral do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), Guillermina Garcia.
Assim, para promover a aprendizagem, é preciso contemplar todas as dimensões do aluno. “É importante que a escola contribua para a formação de sujeitos que, além de aprender os conhecimentos das diferentes disciplinas, tenham princípios éticos de solidariedade e respeito”, complementa.
Para que essa proposta de uma educação integral seja viabilizada, é necessário que o aluno passe mais tempo no meio educacional e que a escola consiga incluir outros saberes, atividades e atores educativos no currículo já existente. Conheça, a seguir, oito justificativas para que o estudante permaneça mais tempo em atividades desenvolvidas em ambiente escolar.
1 – Conhecendo o seu território
Quais são os saberes e manifestações culturais da comunidade atendida por aquela escola e como eles podem se articular com o currículo? “Para a circulação e apropriação do potencial educativo do território, é importante que o aluno fique mais tempo em atividades promovidas por ela. O tempo de quatro horas não seria suficiente para ampliar o currículo e promover experiências que permitam maior relação com a comunidade e sua cultura”, afirma Guilhermina.
2 – Ampliação do repertório sociocultural
A educação integral utiliza a própria identidade cultural – modos de vida, hábitos cotidianos, saberes e fazeres da cultura local e da família – em parceria com o conhecimento acadêmico. “Temos que considerar o contexto e demandas de cada comunidade escolar, para só então definir quais aspectos que fazem sentido desenvolver na escola com seus alunos”, pontua a pesquisadora.
3 – Participação na vida pública
A educação integral incentiva a participação dos alunos em projetos de intervenção comunitária, assim como grêmios escolares, voluntariado e etc. Isso os torna cidadãos ativos nas mudanças que eles desejam para a escola.
4 – Respeito à diversidade
A circulação pelo território e a participação na vida pública leva o aluno a ter contato com outros atores e colegas com formação diferente da dele. “É importante que o aluno respeite diferentes convicções políticas, religiosas, condições sociais (classe, raça, etnia, gênero e orientação sexual), pessoas com deficiência e altas habilidades”, lista Guilhermina.
5 – Desenvolvimento da autonomia
A participação do aluno em diferentes projetos estimula o estudante a ser mais independente na busca por conhecimentos. “Isso faz com que o aluno valorize seu processo educativo e aceite seus erros. Peça ajuda, tente de novo, arrisque e evolua em toda sua capacidade”, defende a educadora.
6 – Atitudes cooperativas
O aluno pode ceder suas potencialidades e habilidades para realizar ações cooperativas. Assim, ele não apenas aprende de forma passiva, como também ensina e participa.
7 – Cuidado com o meio ambiente
A educação integral também deve abarcar o cuidado com o meio ambiente. “Que o aluno conheça a complexidade do ecossistema e a integração de seus múltiplos aspectos. Realize ações cotidianas que respeitam o a preservação de recursos ambientais e reivindique ações e atitudes que geram a preservação de recurso”, acrescenta Guilhermina.
8 – Oportunidade de acesso a novos conhecimentos
A educação integral possibilita o contato do aluno com atividades relacionadas a modalidades esportivas, artes e uso de tecnologias – também necessárias para o seu desenvolvimento.
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