Uma pesquisa do instituto Datafolha revelou que a maioria da população é a favor de que educação sexual seja um tema discutido em sala de aula. Os dados mostram que 54% dos entrevistados concordavam com a iniciativa, enquanto 44% discordavam. Além disso, 1% não soube opinar. O levantamento foi realizado entre os dias 18 e 19 de dezembro de 2018, com 2.077 pessoas, em 130 municípios brasileiros.

De acordo como instituto, quanto maior o grau de escolaridade do entrevistado, maior a aprovação dessa abordagem em ambiente escolar. Entre os participantes da pesquisa, 49% dos que tinham apenas o ensino fundamental concordavam com o tema nas escolas. Já entre os que tinham ensino médio, 54% concordavam, assim como 63% daqueles com nível superior.

Política em debate

A pesquisa também perguntou se assuntos políticos deveriam ser abordados na escola. Nessa categoria, 71% concordaram, 28% discordaram e 1% não soube responder.

O apoio às discussões em sala de aula igualmente mostrou tendência de crescimento em relação ao nível de escolaridade do entrevistado. Das pessoas ouvidas que apresentavam ensino fundamental completo, 62% eram favoráveis à abordagem nas escolas. A porcentagem subiu para 72% entre pessoas com ensino médio e 83% entre as com ensino superior.

O impedimento da discussão de assuntos políticos e de gênero nas escolas é do Projeto de Lei Nº 7.180 de 2014, conhecido como Escola sem Partido. Porém, uma análise técnica publicada em novembro de 2018 pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) apontou uma série de problemas jurídicos e pedagógicos no documento. Segundo a instituição, eles “colocam em risco o direito à educação de crianças, adolescentes e jovens, especialmente de grupos vulneráveis”.

De acordo ainda com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), a medida é inconstitucional, uma vez que o artigo 206, da Constituição Federal de 1988 assegura a “liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber”.

Com Undime e G1

Veja mais:
“Projeto Escola Sem Partido tem partido e não assume sua ideologia”, diz filósofo
Livro gratuito analisa Escola Sem Partido e suas consequências para a educação
Como o professor pode agir em caso de perseguição?

Crédito da imagem: monkeybusinessimages – iStock

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