Startup pode ser definido como um grupo de pessoas trabalhando com uma ideia diferente. O objetivo é chegar a um modelo de produto ou serviço repetível e escalável. Por pretender ser inovador, as condições para isso ocorrer são incertas. A educação é uma das áreas em que tem crescido esse tipo de iniciativa.
Para entender o que são e como está o contexto das startups educacionais no Brasil, o NET Educação entrevistou o responsável por inovação e tecnologia de uma startup voltada para educação infantil, Felipe Correia. Ele estudou desenvolvimento de software e games mobile, e há três anos tem se aprofundado em iniciativas voltadas para tecnologias educacionais.
NET Educação – O que são startups dentro da educação?
Felipe Correia – Definiria como iniciativas em tecnologia ou em modelos de gestão para resolver problemas existentes na educação atualmente, como acesso ao ensino ou a falta dele, problemas com recursos e qualidade.
NET Educação – Há iniciativas para todos os níveis educacionais?
Correia – Podem ser criados para todos. Inclusive para o eixo de gestão de instituição, que sai um pouco do aprendizado do estudante. Mas voltado para o aprendizado, desde no infantil, que é no que estou focado, passando por educação básica, e ensino superior, as startups podem atuar.
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NET Educação – Tem opções gratuitas que podem ser utilizadas?
Correia – Tem startups que chamamos de B-to-B [business to business – negócio para negócio, na tradução livre], que vendem serviços ou produtos para escolas ou ambientes educacionais. E tem startups que são adeptas do que chamamos de híbrida que estimula o aprendizado fora da escola, e permite aprender em qualquer lugar: em casa, no ônibus. Algumas que podem ser disponibilizadas de forma gratuita e denominamos B-to-C [business to consumer – negócio para consumidor]
NET Educação – Como imagina que podem ajudar no ensino e aprendizagem?
Correia – O sistema de educação nacional tem uma serie de oportunidades para atuação de startup. Seja com uso de tecnologia ou não, com práticas. Se, por exemplo, há problemas de acesso, algumas crianças não conseguem ir até a escola. Uma startup conseguiria criar cursos online gratuitos. Também, é um problema para o estudante passar no vestibular, principalmente aqueles que são de pública. Tem startup que prepara esse estudante.
NET Educação – Há resultados concretos?
Correia – Tem uma que chama Evobooks que faz livros digitais interativos, tanto para escolas privadas quanto públicas. Tem também outra famosa que é a Geekie, que trabalha com Enem [Exame Nacional do Ensino Médio]. O Kiduca com games.
NET Educação – Como isso está no Brasil? Ainda no início?
Correia – Acredito que é extremamente novo e é um movimento que ganhou força e barulho nos últimos anos, no setor de educação principalmente. Em termos de desenvolvimento também está no início. Até porque se formos comparar, por exemplo, a educação infantil é muito nova também. A preocupação com isso começou há pouco mais de 20 anos. É natural que existam ainda poucas iniciativas.
NET Educação – Quem já utiliza?
Correia – Tem quem já use. Principalmente nos ciclos fundamental e médio, usam formas alternativas para o aprendizado do aluno, como games. Mas geralmente as escolas usando são aquelas pioneiras, privadas, bastante caras. Usam tecnologia com competência e arriscam com startup. Já no segmento infantil, vi poucas iniciativas, mesmo porque é um setor bastante complicado de atuar. Em termos pedagógicos, tem uma série de fatores envolvidos, é a primeira fase de contato com o mundo. Muita responsabilidade.
NET Educação – Há condições para essa evolução do uso de startup na educação?
Correia – Há condições, mas o Brasil é um país de proporção continental, com realidades diversas. Temos lugares em que as escolas não têm luz e água, e outros com tudo, em escolas públicas inclusive. Por exemplo, as escolas que estamos fazendo trabalho de penetração de mercado são privadas, e já usam algo de gestão. Tem computadores e acesso a internet. Alguns munícipios do setor público estão avançado e outros não.
NET Educação – Deveria ser mais utilizado?
Correia – Sim, em escolas públicas e privadas. Porque elas vêm com novas ideias para um sistema educacional que precisa disso. Muitas startups tem esse objetivo, o de ajudar a educação a ser mais voltada para o desenvolvimento do ser humano. Trazer a inovação que a educação precisa.
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