A escola deve abandonar a sala de aula passiva para promover novas aprendizagens. Essa é a opinião da professora da Escola de Educação da Universidade de SanAndrés, na Argentina, Inés Aguerrondo. A educadora é responsável pela conferência “Inovação e tradição: o que preservar e criar na formação docente”, no IV Congresso Nacional de Formação de Professores, promovido pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) nos dias 24, 25 e 26 de setembro de 2018.

“O modelo de sala de aula deve ser alterado: não dá mais para ter uma classe com alunos sentados o tempo todo, em fileiras e sem falar. Hoje, esse ambiente deve ser uma oficina, com o barulho do trabalho realizado e evidências dos resultados alcançados”, pontua.

“Professor deve ser treinado para decidir soluções específicas para cada aluno”, diz educadora Inés Aguerrondo

 

Estamos hoje enfrentando um novo modelo de pensamento?

Inés Aguerrondo: Decididamente. Acontece no campo da educação a mesma coisa que no restante da sociedade: o novo aparece e exige uma revisão das velhas formas de fazer as coisas. Mas sem esquecer as tradições e os elementos úteis que ainda são necessários.

O que deve ser preservado da formação de professores?

Aguerrondo: A tradição de um educador que constrói as condições para uma boa aprendizagem é muito importante. Isso envolve relacionamentos pessoais, motivação adequada e feedback para ajudar cada estudante a aprender a aprender.

O que é necessário criar nesse processo?

Aguerrondo: É necessário gerar condições para esse ofício, isto é, treinar capacidades para decidir soluções específicas, adequadas a cada aluno em cada situação. Há uma necessidade de redefinir a identidade do educador. Como diz Andy Hargreaves, é necessário passar do professor pré-profissional para o profissional docente.

Em que aspectos a escola deve mudar para incentivar novas aprendizagens?

Aguerrondo: Tem que fazer um caminho duplo. Por um lado, redefinir o coração do pedagógico, o que significa atualizar o conteúdo, passar de um estudante passivo para um ativo e deixar para trás o professor que “ensina” para alcançar uma atenção à aprendizagem dessas turmas. Mas o modelo de sala de aula também deve ser alterado. Não mais a classe passiva, com crianças sentadas o tempo todo, em fileiras e sem falar. Hoje, esse ambiente deve ser uma oficina, com o barulho do trabalho realizado e evidências dos resultados alcançados.

Qual é o papel do docente nesse processo?

Aguerrondo: Um papel muito importante como facilitador da aprendizagem, como organizador de atividades, como acompanhante das trajetórias dos alunos e como aprendiz permanente de sua experiência e de trocas com todos os seus colegas.

Crédito da imagem: arquivo pessoal

0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments

Talvez Você Também Goste

Como ensinar ginástica na educação física escolar?

Professoras indicam 8 possibilidades para desenvolver com alunos do ensino fundamental

11 formas de acolher o aluno com síndrome de Tourette

Ambiente inclusivo evita que estudantes sofram com bullying e dificuldades de aprendizagem

16 jogos de mão para apresentar às crianças na escola

Educadora indica brincadeiras para trabalhar rimas e musicalidade com os alunos

Receba NossasNovidades

Receba NossasNovidades

Assine gratuitamente a nossa newsletter e receba todas as novidades sobre os projetos e ações do Instituto Claro.