As secretarias de educação estaduais já possuem experiência no uso de sistemas digitais para gestão e administração escolar. Contudo, seus gestores apontaram carência na formação dos agentes educacionais para o uso das tecnologias da informação e comunicação (TICs), curadoria ineficiente dos recursos digitais para a aprendizagem e falta de políticas integradas e de longa duração – prejudicadas pela rotatividade das equipes, em virtude das mudanças de governo.
Os dados foram publicados no levantamento “Gestão da educação pública com uso de tecnologia digital características e tendências”, realizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) entre julho de 2017 a março de 2018.
A entidade analisou os sites das secretarias de educação e entrevistou gestores que estavam ligados à formulação de políticas públicas nos seus respectivos estados, nas regiões sul, sudeste, centro-oeste, norte e nordeste. Os profissionais entrevistados ainda relataram falta de infraestrutura, equipamentos, logística de manutenção e suporte.
“Torna-se inócua ou improdutiva a introdução de recursos digitais para a aprendizagem e a gestão, se os educadores e os gestores não desenvolverem anteriormente competências de uso do ferramental disponível, para a apropriação de informações e o gerenciamento do próprio trabalho”, apontou o documento.
Destaques regionais
Já a análise dos sites das secretarias apontou características e desafios específicos de acordo com a área. Na região sul, o documento concluiu que os pais são favorecidos com a instalação da secretaria digital, que facilita os processos de matrícula. Porém, recomendou a simplificação dos processos.
No sudeste, os domínios apresentaram recursos diversificados, como dados da vida funcional de professores (Espírito Santo), diário escolar digital (Minas Gerais) e secretaria escolar digital (São Paulo).
Os diferenciais dos sites da região Nordeste foram a prestação de contas à população e a transparência, como no caso do Maranhão, com o link Ouvidoria. No centro-oeste e no norte, mereceram destaque o uso de metodologias assistivas, respectivamente pelas secretarias de Goiás e do Amazonas.
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