As leituras obrigatórias dos vestibulares são um convite para entender as diversas faces da literatura em língua portuguesa e traçar paralelos entre os temas abordados pelas obras e as situações vivenciadas na realidade social atual.

O NET Educação selecionou alguns planos de aula que têm como foco aproximar os alunos desses clássicos da literatura brasileira e africana, além de estimular reflexões históricas, filosóficas e artísticas. Confira abaixo!

– Iracema 
Clássico do Romantismo brasileiro, “Iracema” foi publicado originalmente em 1865 e faz parte da trilogia indianista do autor José de Alencar – ao lado de “O Guarani” e “Ubirajara”. Integra a lista de leituras obrigatórias da Fuvest para as seleções de 2017 a 2019. O plano de aula delimita o contexto histórico do Romantismo e a relação de José Alencar com o indianismo. Ainda, propõe a criação de relações intertextuais com a obra modernista “Macunaíma”, de Mario de Andrade (1928).  

– Memórias Póstumas de Brás Cubas
O romance de Machado de Assis foi desenvolvido originalmente como folhetim para a Revista Brasileira, sendo publicado como livro em 1881. A história é contada fora da ordem cronológica e o narrador mantém um diálogo constante com o leitor. O plano de aula destaca a obra como um prenúncio da literatura da pós-modernidade e propõe inter-relação com “Memórias de um Sargento de Milícias”, de Manuel Antonio de Almeida. É leitura obrigatória da Fuvest e Unicamp.

– O Cortiço
Ícone do naturalista brasileiro, o romance de Aluísio Azevedo está na lista da Fuvest e Unicamp. Ele foi publicado originalmente em 1890 e tem um cortiço carioca do final do século XIX como pano de fundo. O plano de aula delimita as características do Naturalismo no Brasil e reflete sobre as influências que uma habitação coletiva exerce sobre a vida de seus moradores. 

– Mayombe
O romance do angolano Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, conhecido como Pepetela, foi publicado originalmente em 1980 e está na lista da Fuvest. A obra retrata um grupo de guerrilheiros durante a guerra de libertação de Angola. O plano de aula apresenta as características literárias de Mayombe e coloca a obra no contexto da literatura angolana.

– Terra Sonâmbula
A guerra civil de Moçambique é o enredo do romance do escritor Mia Couto que compõe a lista da Unicamp. Um ônibus incendiado serve de abrigo ao velho Tuahir e ao menino Muidinga, que encontram uma mala com os cadernos de Kindzu. O plano de aula analisa a construção da narrativa de Kindzu e reflete sobre o papel da escrita como registro da memória e construção identitária.

– Til
O romance de José de Alencar está presente na lista da Unicamp. A história se passa numa fazenda do interior paulista, no século XIX, e narra a trajetória de Berta, menina criada pela viúva Nhá Tudinha. O plano de aula de “Til” enfoca o contexto histórico representado na obra e indica as características do Romantismo brasileiro presentes ao longo da narrativa de José de Alencar. 

– Vidas Secas
A obra de Graciliano Ramos retrata a migração nordestina movida pela seca. Assim, o plano de aula ressalta a obra como expressão de um olhar voltado para aspectos ainda urgentes da realidade social brasileira. Para completar, o professor pode propor comparações entre a obra e a tela “Menino Morto”, de Candido Portinari.

– Claro Enigma
Escrito pelo poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, a obra é composta por 42 poemas divididos em sete partes conceituais. O plano de aula contextualiza a importância do livro na obra de Drummond e aposta nos poemas como espaço para reflexão filosófica. Está presente na lista da Fuvest. 

– A Cidade e as Serras 
O plano de aula destaca o livro de Eça de Queirós como uma alegoria, segundo a qual a felicidade se encontra na vida simples do campo, e não na cidade. Presente na lista da Fuvest, o romance foi escrito originalmente em 1901 e compreende a última fase do autor. 

– Capitães de Areia
Este plano de aula relaciona e compara a obra literária de Jorge Amado com o filme de Cecília Amado, sua neta. O professor tem a possibilidade de abordar a condição da adolescência no Brasil e os avanços na legislação dos últimos anos. Por fim, discute-se a presença da cultura e religiosidade africana na formação do povo brasileiro.