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A comparação e a análise de notícias de diferentes fontes não é exatamente uma novidade no ambiente escolar, sobretudo quando pensamos em aulas de língua portuguesa. No entanto, diante de uma infinidade de canais e da possibilidade de muitos produzirem conteúdos utilizando as redes sociais e outros recursos da internet, a educação midiática se torna ainda mais relevante. Para o professor de práticas de leitura e produção de texto do curso de pedagogia do Instituto Vera Cruz, José Carlos de Souza, conteúdos ligados ao tema podem estar em todas as disciplinas do currículo escolar, da educação infantil ao ensino superior.

Entrevistado nesta edição do podcast do Instituto Claro, ele parafraseia o educador Paulo Freire para reforçar que docentes não são capazes de ensinar o que não sabem. “Se eu não consigo atuar de uma forma amadurecida dentro do espaço digital, a chance de poder ajudar e orientar os estudantes nesta prática é muito pequena”, comenta.

Na visão do professor, os cursos de pedagogia devem incluir essa linguagem digital em todas as disciplinas, a fim de aculturar os futuros educadores sobre o tema. Ao compartilharem informações e diálogos sobre o que está acontecendo em sala de aula, fazendo uso de uma determinada rede social, por exemplo, percebem que aspectos devem ser melhores observados por eles próprios no momento em que consomem ou produzem esses conteúdos.

“Quando a gente começa a estimular a cultura digital, uma parte dessa prática que está lá fora, se desenvolvendo de forma um tanto selvagem, emerge. É uma ótima oportunidade pra que a gente se veja nessas situações e estabeleça um olhar problematizador para entender o que está em jogo”, esclarece.

José Carlos de Souza defende que a educação midiática deve ser multidisciplinar (crédito: arquivo pessoal)

 

Após vivenciarem a leitura crítica da informação, docentes conseguem estimular em suas aulas essa prática em diferentes tipos de mídia. Eles também se tornam capazes de mediar o consumo e produção de conteúdos por parte dos alunos, proporcionando a eles autonomia para se situar diante de posicionamentos diversos.

No áudio, José Carlos de Souza traz alguns exemplos de práticas simples de serem adotadas no ambiente escolar, voltadas para todas as faixas de idade. “Se há um planejamento e uma reflexão na escola sobre a educação midiática, é possível fazer uma progressão dos desafios que estão sendo colocados e do grau de exigência que cada desafio novo coloca. O importante é agregar critérios de valores que envolvam questões como respeito, responsabilidade e cuidado com a linguagem”, defende. 

Links:
E-book “Alfabetização midiática e informacional”, produzido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco)
Coluna A hora e a vez da educação midiática?, do especialista Richard Romancini

Créditos:
As músicas utilizadas na edição do áudio, por ordem de entrada, são: “Preciso aprender a ser só” (Gilberto Gil); Dueto (Chico Buarque), com participação de Clara Buarque; “Não é sério” (Alexandre Abrão / Carlos Duarte / Liliane Carvalho / Renato Peres), com Charlie Brown Jr. e Negra Li. A fala da criança no WhatsApp é de Nuno, de 8 anos, e a música instrumental de fundo é criada e tocada por Reynaldo Bessa.

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