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Quando se estuda história, aprende-se que o brasileiro é a mistura de três etnias: o branco europeu, o negro africano e o indígena nativo. No entanto, até pouco tempo, as menções aos povos indígenas e à população negra estiveram associadas à descoberta do Brasil e à escravidão, respectivamente.

As leis 10.639, de 2003, que propõe o estudo da história e da cultura afro-brasileira e africana, e 11.645, de 2008, que obriga o estudo dos povos indígenas e de suas contribuições para o país, alteraram a Lei das Diretrizes Básicas da Educação (LDB). Para a educadora musical, Berenice de Almeida, as mudanças trouxeram avanços. “Várias escolas se preocupam em fazer trabalhos e trazer indígenas para estar em contato com as crianças e adolescentes ou levar os alunos para uma aldeia. Mas ainda há um longo caminho pra percorrer”.

Magda Pucci e Berenice de Almeida, no lançamento do projeto “Cantos da floresta” (crédito: Amanda L Moraes)

 

Ao lado da musicista Magda Pucci, Almeida desenvolve materiais para auxiliar o ensino sobre a realidade e cultura indígena há cerca de 15 anos. Elas ressaltam que, apesar da evolução no ensino desse tema, ainda há casos em que os estereótipos prevalecem e escolas em que os indígenas são lembrados apenas no mês de abril. “O caminho é grande e nesse sentido a escola tem um importante papel para povoar as mentes dessas crianças e adolescentes para aproximá-las dessas culturas e, ao mesmo tempo, estimular o respeito e a valorização da diferença, que são fundamentais na educação”.

A mais nova contribuição das autoras é o trabalho multimídia “Cantos da floresta”, que inclui livro, CD e site. A proposta é auxiliar docentes na propagação da cultura indígena, tendo como ponto de partida as músicas de diversas etnias espalhadas pelo território brasileiro. Ainda neste podcast, o Instituto Claro ouve a cantora Djuena Tukuna, que fala sobre como devem ser ensinadas e qual a importância das músicas indígenas na escola. “O meu trabalho é para valorizar essa questão da língua, que não pode morrer. É nossa língua materna. E também que eu possa ser exemplo para as crianças não perderem sua identidade e não terem vergonha de se identificar como indígenas”.

Djuena usa a música para manter viva a língua Tikuna (crédito: Amanda L Moraes)

 

Créditos
As músicas utilizadas na edição do áudio são do grupo Mawaca e da cantora Djuena Tikuna.

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