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Diante das inúmeras possibilidades que se abrem com as plataformas digitais, torna-se cada vez mais comum o discurso de que é difícil se manter a concentração e aprofundamento necessários a uma boa leitura. No entanto, essa não é a opinião de José Luiz Goldfarb, professor da história da ciência da PUC-SP e coordenador de diversos programas de incentivo à leitura em todo o país. Para ele, é preciso que se tome “cuidado para não explicar o fenômeno da dificuldade de despertar o hábito da leitura com a questão de a pessoa estar ligada no digital”.

Goldfarb defende que as novas tecnologias têm auxiliado a levar obras antes inacessíveis a quem está longe dos grandes centros urbanos. “Há cidades minúsculas que não têm biblioteca, livraria ou banca de jornal, mas tem lan house”. Ele segue defendendo que o celular amplia ainda mais o alcance à leitura: “Eu não tenho dúvida de que o digital espalha e você realmente pode ler a qualquer momento, quase tudo, em qualquer lugar”.

Quanto ao hábito da leitura e à capacidade de concentração, o escritor afirma que essas qualidades estão muito mais ligadas ao próprio leitor e não à possível distração gerada, por exemplo, por redes sociais. Aliás, Goldfarb tem atuação marcante na divulgação do hábito da leitura nessas plataformas. “Eu considero as redes um disseminador. Tem de haver uma mobilização geral. Por exemplo, tem alguns youtubers que fazem um lindo trabalho, que fazem resenhas”.

Antes de fazer uso das mídias digitais para incentivar a formação cultural, Goldfarb manteve durante 15 anos uma livraria (crédito: divulgação)

 

No áudio, José Luiz Goldfarb analisa de que forma o ambiente digital favorece alcançar obras clássicas e contemporâneas e faz uma leitura interessante de como os livros, assim como acontece atualmente com os smartphones, já foram considerados os responsáveis pelo isolamento e pela limitação da memória das pessoas. “Os críticos diziam que se todo mundo ficasse lendo, iria acabar a sociabilidade do mundo”.

Créditos:
As músicas utilizadas nesta edição, em ordem de entrada, são: “De volta para o futuro”, com Fabio Brazza, “A Rede”, com Lenine, e “Mensagem de Amor”, com Léo Jaime.

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