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  “Quanto ao estilo, empreguei essa fala simples tão sonorizada, 

música mesmo, por causa das repetições, que é costume dos 
livros religiosos e dos contos estagnados no rapsodismo popular.”
(1º prefácio de Macunaíma, datado de dezembro de 1926)
 
Mário de Andrade é o homenageado da 13ª Festa Literária de Paraty (Flip), que acontece entre os dias 1º e 5 de julho. Setenta anos após a morte do autor (25/02/1945), uma série de eventos e lançamentos lembra aquele que é tido para muitos como o principal intelectual brasileiro da primeira metade do século XX.
 
Nesta edição do Livro Aberto NET Educação, contamos alguns capítulos que envolvem a mente criativa do modernista, no desenvolvimento de sua obra de maior destaque: Macunaíma, o herói sem nenhum caráter. Para isso, a convidada é a professora titular e colaboradora sênior da Universidade de São Paulo (USP), Telê Ancona Lopez, que também desenvolve trabalhos no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB). Ela dedica-se ao estudo do autor há mais de cinco décadas.
 
Veja também:
 
A conversa aconteceu no Centro Universitário Maria Antonia, região central de São Paulo (SP). Foi lá que, em 1962, a professora fez um curso com professor Antonio Candido de Mello e Souza, que analisava o poema “Louvação da Tarde”, de Mário de Andrade. Em uma das aulas, ele contou à classe a existência de “rica marginalia” – anotações feitas, sobretudo a lápis pelo escritor, na margem dos livros que lia – na biblioteca formada por Mário de Andrade, o que despertou o interesse da aluna, que propôs a transcrição dessas notas. 
 
Em janeiro de 1963, Candido, da FFLCH-USP, constituiu uma equipe para realizar esse trabalho, com a sua orientação. Eram três as jovens pesquisadoras, Telê Ancona, Nites Feres e Maria Helena Grembecki, recolhendo a marginália, na casa da Rua Lopes Chaves, reaberta ao público recentemente, como um centro de cultura.
 
Esse registro terminou em 1968, ano em que o Acervo Mário de Andrade veio para o IEB-USP. Desde essa pesquisa, Telê dedica-se ao estudo dos caminhos do escritor, analisando principalmente a criação na biblioteca que foi dele, onde estão matrizes de obras, como Macunaíma.
 
É parte dessas descobertas que Telê compartilha no áudio desse NET Educação. Você vai se aprofundar na importância de Macunaíma para a nossa literatura, acompanhar uma análise do que a obra trouxe de novidade à época de sua publicação (em 1928), além de ter acesso à leitura de uma carta endereçada ao linguista Sousa da Silveira, em 26 de abril de 1935, na qual Mário revela as intenções com o livro; e a um trecho de prefácio escrito por ele em 1928, mas nunca publicado durante sua vida. Além desse, prefácio o autor deixou outro, de 1926, também inédito. 
 
Pesquisadora dedica-se ao estudo de Mário de Andrade
desde 1963 (Crédito: Márcio Távora)
 

LINKS
– Detalhes sobre a edição de Macunaíma, organizada por Telê Ancona Lopez, com prefácios e outros textos de Mário de Andrade
– Acompanhe entrevista da professora Telê Ancona Lopez com mais detalhes sobre os estudos que dedica ao Arquivo Mário de Andrade
– Saiba aqui detalhes do projeto MacunaÓpera, de Iara Rennó e ouça as músicas compostas sobre a obra de Mário de Andrade nessa edição do programa “Todos os Cantos” 
 
CRÉDITOS: as músicas utilizadas na matéria, por ordem de entrada, são: “Macunaíma” (Mário de Andrade/Iara Rennó), “Mandu Sarará” (Mário de Andrade/Iara Rennó), “Macunaíma” (Samba enredo da Portela de 1975, composto por David Correa/Norival Reis) e “Andantino – Villa Lobos” (Bachianas brasileiras n° 2 para orquestra de câmara).
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