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A Festa Literária de Paraty homenageia, este ano, o jornalista, escritor, sociólogo e engenheiro Euclides da Cunha. O evento acontece de 10 a 14 de julho, na cidade de Paraty, no Rio de Janeiro. De acordo com a curadora do evento, Fernanda Diamant, a obra dele foi escolhida por se alinhar ao foco desta 17ª Flip: a não-ficção. “Estamos em um momento no país em que as questões sociais, políticas e históricas estão em debate e esse gênero gera muito assunto”, defende a jornalista e editora.

Nesse sentido, ninguém melhor do que o autor de “Os Sertões” como destaque. O realismo de sua produção traça um panorama da formação do sertanejo e do povo brasileiro, a partir da “Revolta de Canudos”. Segundo o professor de literaturas brasileira e hispano-americana da Universidade da Califórnia, Leopoldo Bernucci, “o esforço de Euclides da Cunha é o de interpretar o Brasil, para além de Canudos. É uma leitura que, pela primeira vez, busca respostas sobre quem somos nós, sobre nossa brasilidade”.

Fernanda Diamant e Leopoldo Bernucci antecipam debates sobre o autor em encontro em SP (crédito: Tânia Bernucci)

 

A curadora e o professor são ouvidos pelo Instituto Claro neste podcast, que conta ainda com depoimento da professora Fabiana Corrêa, responsável por um projeto pedagógico que valoriza a obra do escritor, da educação infantil ao ensino médio, em Cantagalo (RJ), cidade natal de Cunha. “Ele foi um pensador versátil, um crítico da realidade brasileira e sua literatura é ligada com as ciências naturais, a história e a política”, aponta.

Bernucci é responsável por novas edições acompanhadas de comentários críticos, que ajudam a interpretar os escritos do autor (crédito: Tânia Bernucci)

 

Os entrevistados defendem que a linguagem apurada dos livros e, em especial de “Os Sertões”, não deve ser empecilho para um maior contato. “Por ser uma obra não tão fácil de se penetrar, ela oferece certos desafios. Eu acho que essa dificuldade deveria nos alentar a lê-la melhor, porque ela propicia discussões bem atuais”, estimula o euclidianista Leopoldo Bernucci.

Também no áudio, destacam-se outros aspectos da atualidade de Euclides da Cunha, após 110 anos de sua morte, como os ideais democráticos e os direitos humanos que defendia, além de uma consciência ecológica sem precedentes no início do século XX, quando a obra dele é publicada. Diamant ressalta ainda que a essas temáticas soma-se ainda uma literatura da mais alta qualidade em língua portuguesa. 

Na escola:
Euclydes da Cunha em sala de aula: um desafio recompensador, texto assinado pela professora Fabiana Corrêa para o livro “Euclides, mestre-escola”, em que traz apontamentos sobre uma abordagem multidisciplinar da obra euclidiana desde o maternal até o ensino médio.

Créditos:
Os trechos de músicas utilizados no áudio, por ordem de entrada, são: “Sobradinho”, com Sá, Rodrix e Guarabyra; “Os Sertões” (Edeor de Paula), com Fagner; “Funeral de um lavrador”, com Chico Buarque. Também há um trecho da peça “A Terra – Os Sertões”, do Teatro Oficina e do documentário “Onde começa a história”, produzido pelo grupo Jovens Euclidianos, do Colégio Euclides da Cunha. A música de fundo é de autoria e interpretação de Reynaldo Bessa.

Atualizada em 5/7/2019 às 11h08.

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