O WhatsApp pode ser utilizado pelos professores como um ambiente virtual de aprendizagem. “Nele, é possível disponibilizar materiais e conteúdos dos mais variados formatos digitais, promover discussões, aprofundar assuntos dados em aula, além de estimular a autoria dos alunos”, lista o autor do livro “Aprendizagem histórica na palma da mão: os grupos do WhatsApp como extensão da sala”, Cristiano Gomes Lopes.

Para falar sobre o assunto, conversamos com Cristiano e também com a advogada especialista em direito digital, Patrícia Peck Pinheiro. Confira, a seguir, sete dicas para aproveitar o caráter pedagógico do aplicativo da melhor maneira possível.

1. Escolha uma finalidade

O professor pode utilizar o WhatsApp para esclarecer dúvidas em chats individuais ou em grupos. “Nos chats da turma, as questões podem ser respondidas tanto pelo professor quanto pelos alunos que dominam o conteúdo. Isso promove a colaboração e a construção coletiva do processo de aprendizagem”, destaca Lopes. Um segundo uso é criar chats coletivos para funcionar como grupos de estudo. Nele, todos podem postar conteúdos e discutir os temas e assuntos combinados.

2. Grupos precisam de regras claras

“Isso evita a publicação e a postagem de conteúdos impróprios – como pornográficos ou de incitação ao ódio – ou sem relação com os conteúdos da sua disciplina”, justifica o professor. Na medida do possível, os alunos podem participar da criação das regras. “Isso os ajuda a se sentirem responsáveis e mais inclinados a respeitá-las”, sugere.

3. Atenção aos conteúdos compartilhados

Os professores devem ter consciência dos riscos em relação aos conteúdos compartilhados nos grupos de interação. “Atenção ao uso de imagens que possam configurar intimidade ou emoticons que possam ser mal interpretados, como coração e piscada. Eles podem configurar assédio”, alerta Patrícia Peck. “Trate os alunos sempre pelo primeiro nome, evitando apelidos ou gírias como ‘grande’, ‘fera’, ‘lindona'”, complementa.

4. Chat é trabalho

O tempo dedicado a essas ações pode ser contabilizado como hora pedagógica ou hora atividade. “Segundo a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), qualquer canal utilizado pelo profissional configura horário de trabalho”, lembra Pinheiro. “Contudo, para conseguir esse direito, é preciso combinar a atividade com a coordenação pedagógica, ou que essas ações digitais estejam estipuladas nas políticas da escola”, adverte. Para facilitar a comprovação da hora atividade, o docente deve estipular um horário determinado para atender os alunos e registrar as interações.

5. Respeite o uso profissional

“Não confunda o caráter institucional do grupo criado com finalidade pedagógica para manifestar preferências políticas, ideológicas e religiosas”, reforça o professor.

6. Evite a sobrecarga de trabalho

As dúvidas dos alunos não terão hora para aparecer. Assim, cabe ao professor estipular um horário para atender seus estudantes, para não correr o risco de se sobrecarregar. “Lembre-se de que você está educando o aluno. Assim, não responda dúvidas fora do momento combinado”, decreta Pinheiro.

7. Tratamento igualitário

O tratamento deve ser o mesmo para todos os alunos. “Os alunos se conversam. Uma dúvida esclarecida fora do horário combinado ou ignorada pode parecer que você está preterindo ou preferindo um estudante ao outro”, lembra a advogada.

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Crédito da imagem: rodrigobark – iStock

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