Confira o vídeo com audiodescrição

A educação escolar indígena tem como desafio conciliar o acesso ao ensino e ao mesmo tempo preservar os traços culturais dos povos tradicionais. Especialistas apontam que, durante séculos, tentou-se uniformizar a educação, ignorando as especificidades de cada cultura.

Desde 2004, a aldeia Krukutu, localizada na Terra Indígena Tenondé Porã, na divisa entre as cidades de São Paulo (SP) e São Bernardo do Campo (SP) conta com uma escola estadual em seu território, a Escola Estadual Indígena Krukutu. “A partir de 1988, com a Constituição, nós, indígenas, tivemos o direito de ter a nossa própria educação”, conta a professora do ensino fundamental Poty Poran Turiba. “Foi quando fomos reconhecidos como povo que tinha um jeito diferente do não indígena. E que tínhamos o direito de continuar assim”, completa.

Naquele momento, o currículo da escola passou a ser construído visando estabelecer o diálogo entre a cultura tradicional do povo Guarani e a estrutura disciplinar do ensino convencional. “Como estamos em uma aldeia, a gente trabalha na escola conforme a realidade da nossa comunidade”, explica a professora Kerexu Mirin. Como exemplo dessa prática, a reportagem em vídeo mostra como uma atividade realizada na Casa de Reza (Opã) se desdobra em tema de estudo nas aulas.

“A escola sempre foi usada para nos integrar. Agora, a gente começa a pensar na escola como um escudo, uma segurança, para a gente proteger e valorizar a nossa cultura, a nossa tradição, a nossa língua”, conta Poty Poran.

O objetivo disso não é se manter isolado do mundo não indígena, explica o escritor Olivio Jekupe, mas se apropriar do conhecimento para a promoção de uma cidadania indígena. “Acho bom que a gente possa preparar nossas crianças para o futuro, para que elas possam ser os médicos da aldeia, possam ser o dentista.”

Confira o vídeo com audiodescrição:

https://youtu.be/uJkJzsdKMek

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