Conteúdos

 Diversidade geográfica e cultural do Brasil.

Objetivos

• Conhecer a diversidade geográfica e cultural do Brasil;

• Discutir os diferentes processos de urbanização no Brasil; 
• Refletir sobre as novas configurações das famílias brasileiras;
• Compreender o road movie (filme de estrada) como um gênero que aponta as transformações, mudanças de valores e aprimoramento do ser humano;
• Refletir sobre a música popular brasileira e sua influência na vida cotidiana, particularmente as canções de Roberto Carlos; 
• Refletir sobre a profissão de caminhoneiro e sua relação com a economia do país; as frases de caminhão e sua relação com os ditados populares;
 

1ª Etapa: Introdução à exibição do filme

A classificação etária do filme é 14 anos. No entanto, a única cena que justifica essa classificação é uma cena noturna de amor entre João (João Miguel) e Rosa (Dira Paes). Assista ao filme com antecedência para avaliar se é possível ou não exibi-lo para os alunos do Ensino Fundamental II.

O filme pode ser exibido apenas com uma rápida introdução sobre a filmografia do diretor, sem necessidade de contextualização. A narrativa não é linear, o expectador vai sabendo aos poucos sobre o passado do personagem João, por meio de suas lembranças (flash backs). Se o (a) professor (a) julgar que os alunos têm pouca familiaridade com esse recurso, pode introduzir o assunto, ressaltando, por exemplo, a luminosidade diferente das cenas em flash back, além das diferenças de figurino no tempo passado e no tempo presente. 

 

2ª Etapa: Debate

O filme tocará públicos de todas as idades pois trata de perdas. É esperado que alguns se emocionem mais, lembrando de suas perdas Mas outro eixo do filme é a construção dos laços de amizade. O debate pode ser iniciado com a pergunta sobre quais as cenas decisivas (como a que Duda é pego roubando ou o momento em que Duda esconde a chave de João, invertendo a relação pai/filho ou o momento em que João mente para Duda sobre a morte de seu pai, entre outras cenas)

O final é relativamente aberto e pode ser abordado por meio de questões: Onde ele está indo levar as crianças? Duda estudará com a filha de João?   Será que ele está indo buscar Rosa? Ele deixará de ser caminhoneiro? 

É importante que os alunos construam seus finais e discutam entre si.

 

3ª Etapa: Abordagens possíveis nas Ciências Humanas

O (a) professor (a) tratar da realidade geográfica e social do Brasil, a partir da vida dos caminhoneiros, tentando refazer, com auxílio de um mapa, o percurso de João, durante o filme, nas estradas brasileiras. Nas disciplinas das Ciências Humanas, é possível abordar, após assistir ao filme:

• as migrações, em virtude das desigualdades socioeconômicas;

• os tipos de transporte: rodoviário, ferroviário, fluvial;

• as diferenças da urbanização, por meio de comparações entre as cidades de Petrolina (PE), Mucugê (BA) e São Paulo (SP);

• a partir dos infográficos disponibilizados em “para saber mais”, é possível analisar as novas configurações da família brasileira, que não mais corresponde ao modelo tradicional;

 

4ª Etapa: Frases de caminhão – Língua Portuguesa

As frases expostas nas placas dos caminhões são relacionadas a ditados populares que s representam uma sabedoria popular. No filme, as placas são usadas para expressar o momento de João e sua transformação. São elas:

 

• “Mantenha Distância”;

• “Viver é como desenhar sem borracha” (essa frase é de autoria de Millor Fernandes);

• “Para quem não tem nada, metade é o dobro”;

• “Quando a saudade não cabe no peito ela transborda pelos olhos”;

• “Não há mal que perdure, nem dor que não se cure”;

•“Espere o melhor, prepare-se para o pior e aceite o que vier”;

Pode-se escolher uma das frases como título para a produção de um texto pelos alunos. O professor sugerirá o gênero do texto que pode ou não se relacionar com o filme.

 

5ª Etapa: Arte e História – Jovem Guarda

O movimento da Jovem Guarda pode ser o centro de uma pesquisa de textos, músicas, fotografias, filmes. Ela pode  abordar o contexto da época, os principais acontecimentos políticos no Brasil e no mundo, rebeldia juvenil, mudanças de comportamento, etc. Na perspectiva da Arte, a influência de outros movimentos musicais (rock, beatlemania) e a moda. A pesquisa pode incluir consulta a familiares sobre sua relação com esse movimento e com as canções de Roberto Carlos. O trabalho pode resultar em diferentes produtos com orientação dos professores das áreas de Língua, História e Artes.

6ª Etapa: Arte e Língua Portuguesa– road movie ou filme de estrada

O filme é uma excelente oportunidade para discutir a linguagem do cinema como expressão artística, como foco no gênero cinematográfico conhecido como road movie. Nos filmes de estrada, sempre há uma viagem em que acontecimentos inesperados, na estrada, dão a tônica. Quase sempre, o (s) protagonista (s) sofre (m) uma transformação durante a viagem. Em À Beira do Caminho, João, que está deprimido, encontra forças para a superação a partir da amizade que constrói com Duda, uma criança que também sofreu perdas e se transforma.  

Seria interessante lembrar com os alunos – e sugerir que assistam – outros filmes do mesmo gênero. No cinema brasileiro há dois do diretor Walter Salles: Diários de Motocicleta (2003) e Central do Brasil (1998). Cinema, Aspirinas e Urubus (2004), de Marcelo Gomes, também é uma boa sugestão.

Na filmografia internacional há História Real (The Straight Story, 1999), de David Linch; Thelma e Louise (Thelma and Louise, 1991), de Riddley Scott, além do clássico Sem Destino (Easy Rider, 1969), de Dennis Hopper.

 

Materiais Relacionados

O roteiro do filme foi construído a partir de algumas canções do cantor Roberto Carlos. O artista emergiu do movimento da Jovem Guarda expressão musical e comportamental da juventude, nos anos 1960 e 1970. É possível saber mais sobre o movimento nos links : http://temposjovemguarda.blogspot.com.br/  e http://jovemguarda-musicaecomportamento.blogspot.com.br/2012/03/historia-da-jovem-guarda.html      
   
O personagem Duda é um garoto que perdeu sua mãe e nunca conheceu o pai. Ele viverá a adoção afetiva feita por outras pessoas. Cada vez mais comuns no Brasil, novos arranjos familiares não são mais exceção. Mulheres que cuidam sozinhas de seus filhos, novos casamentos que reúnem filhos de relações anteriores, entre outros. Leia o artigo da  psicanalista Maria Rita Khell sobre os novos formatos no texto: 
 
 

Arquivos anexados

  1. Cinema e Educação: À Beira do Caminho

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