Conteúdos

Agricultura, Sociedade e Poder; Agroquímica, Saúde do trabalhador e análise de rótulos.

 

Objetivos

Estudar e refletir sobre conceitos básicos da agroquímica;
Conhecer e questionar a origem dos alimentos que consumimos diariamente;
Refletir sobre a diferença entre agrícola e agrário;
Elaborar propostas para a segurança alimentar e a saúde da população brasileira.
 

1ª Etapa: Exibição do Filme

Antes da exibição do filme, o professor pode pedir que os alunos observem e anotem durante um dia os alimentos que comem em casa, fazendo um quadro que informe: nome do alimento, se é fresco ou processado, e (se possível) a origem do produto (onde foi comprado – ou colhido – e qualquer outra informação adicional que possua). Esse exercício serve como introdução para os temas a serem desenvolvidos a partir do filme, de forma a chamar a atenção dos alunos para a origem dos produtos que eles mesmos consomem, e relacionar os assuntos abordados a sua própria vida. Quando os alunos já tiverem o seu quadro, poderá perguntar: de onde vêm os alimentos que vocês comem? Como eles são produzidos? Qual é a relevância de saber essas informações?

 

Outro exercício introdutório possível é a análise do cartaz do filme. Nele vemos um prato colorido de salada e, em vermelho – como nas advertências do ministério da saúde – o nome “O Veneno está na Mesa”. Qual é o primeiro impacto do cartaz? Sentimos que há alguma contradição presente? Por quê? O que costumamos considerar “veneno”? E “comida saudável”? 

 

A partir do exercício e dessa primeira discussão, poderá esclarecer rapidamente os seguintes conceitos: produto orgânico, agrotóxico, herbicida, pesticida. Dessa forma, os alunos terão alguns conhecimentos básicos e motivações para assistir ao documentário.

 

2ª Etapa: Debate sobre o filme

Após a exibição do filme, a discussão inicial deve se ampliar, reconhecendo junto aos alunos as diferentes áreas que atravessam o tema: política, economia, ciência, ética, história. É importante ouvir as impressões e opiniões dos alunos, identificando as informações que já possuiam e o que é novo para eles. O que é o “Veneno” do título do filme e por quê ele está na mesa? O que foi a Revolução Verde e quais são os argumentos dos que defendem o uso de agrotóxicos na produção alimentar? O diretor do filme defende uma opinião por meio da sua obra? Como podemos percebê-la na seleção de depoimentos, edição, imagens, etc.? Como o Estado interfere nas decisões de cada agricultor em utilizar ou não agrotóxicos? Que caminhos o documentário aponta para melhorar a qualidade dos alimentos que consumimos?

 

3ª Etapa: impactos da agricultura

Desde os anos 1950, a partir da chamada “Revolução Verde”, a Indústria Química vem sendo a grande protagonista do agronegócio, interferindo em todas as etapas da produção de alimentos. O que já foi visto como a solução para a fome no planeta – devido ao aumento da produtividade – aos poucos foi mostrando seus lados negativos: desertificação dos solos, perda da biodiversidade, inúmeras doenças nos agricultores que o utilizam e nos consumidores dos produtos, entre várias outras consequências.

 

Os professores de  Química e Biologia podem partir da discussão do documentário para trabalhar conceitos específicos de suas áreas com os alunos, bem como criar uma situação “prática” para utilizar os conhecimentos teóricos. Em primeiro lugar, pedir que os alunos pesquisem em livros/ internet os seguintes conceitos: “cadeia alimentar”, “agroquímico”, “agrotóxico”, “herbicida”, “pesticida” e “fungicida”. Em sala de aula, os alunos irão dizendo os diferentes significados que encontraram até criarem um conceito coletivo para cada um dos termos, supervisionados e corrigidos pelo professor.

 

Depois disso, o professor pode dividir os alunos em grupos, e a cada grupo proporcionará o rótulo de um pesticida (podem ser encontrados na internet e impressos, assim não há nenhum risco de contato com a embalagem dos produtos). Outra opção é trazer imagens dos rótulos. Os alunos deverão identificar a partir do rótulo:

– marca comercial;

– tipo de cultivo em que é utilizado;

– quais pragas pretende combater;

– precauções toxicológicas e ambientais a serem tomadas;

– composição química (identificar a fórmula química, desenhar sua estrutura e identificar os grupos funcionais);

– a pesquisa pode ser completada com a busca sobre o uso em outros países (É permitida? É proibida?)

 

Finalizado este trabalho, cada grupo deverá imaginar que trabalha no Ministério de Agricultura e que está realizando um projeto preventivo para a saúde dos agricultores. Para isso, deverão elaborar um panfleto que esclareça as noções trabalhadas anteriormente (agroquímico, herbicida, pesticida e fungicida…), as precauções que devem tomar os trabalhadores ao utilizar estes produtos, bem como a possibilidade de utilizá-los ou não, fornecendo brevemente alguma alternativa da agricultura orgânica.

 

4ª Etapa: Terra, alimento e sociedade

A questão agrícola, no Brasil, sempre vem atrelada à questão agrária – grandes proprietários monocultores definem os rumos das políticas agrícolas do país e detêm a maior parte do crédito para o setor. O alimento da mesa do brasileiro, no entanto, vem, em grande medida, do trabalho dos pequenos produtores, que muitas vezes vive e trabalha em condições precárias.

 

Sugerimos que o professor de Geografia reflita com seus alunos sobre a complexidade da questão e os atores sociais que são seus protagonistas, diferenciando a noção de “agrícola” e “agrário”. Para isso, pode exibir novamente duas falas do filme que mostram argumentos praticamente opostos. A primeira é a fala da então senadora Kátia Abreu (18’40) e a segunda é o depoimento do agricultor Adonai dos Santos (41’). 

 

Após assisti-los novamente os alunos devem responder:

Qual é o lugar de fala de cada um deles? (pequeno produtor, grande produtor, político, consumidor…)

Que tipo de agricultura defendem?

Quais são as principais questões/ argumentos apresentados em cada fala?

Como, em cada depoimento, se articulam as questões da produção agrícola com as questões políticas?

 

A partir das respostas dos alunos e das dúvidas que surjam delas, o professor poderá abordar a diferença entre a questão agrícola e a questão agrária, refletindo sobre a desigualdade social e a concentração de terras no Brasil. [ Ver material em Para Saber Mais].

Como atividade final, os alunos se reunirão em grupos para elaborar uma resposta para a seguinte questão: “Com base no documentário visto e na discussão feita em sala de aula, vocês acreditam que é possível garantir alimentos saudáveis para todos os brasileiros? Quais são os principais desafios para este objetivo, e que propostas vocês elaborariam para enfrentá-los?”. 

 

Materiais Relacionados

Você pode assistir integralmente ao documentário aqui;

Aqui você pode acessar um excelente artigo da Revista Educação sobre o filme; 

Para saber mais sobre a Química na agricultura; 
 
Neste link, propostas de aulas de químicas com o tema de agrotóxicos; 
 
Exemplo de rótulo do produto Karate Neon, da Syngenta; 
 
Artigo “Pesticidas, Herbicidas e Agrotóxicos no contexto da agricultura”: 
 
Para ler um artigo sobre a Geografia na diferenciação entre agrícola e agrário: 
 
Videoaula sobre a questão agrária no Brasil.
 
O Veneno está na Mesa
 
Sinopse:  O Documentário expõe a realidade do Agronegócio no Brasil, que, em nome da “produtividade” e da “segurança alimentar”, produz e comercializa alimentos com químicos prejudiciais à saúde do produtor e do consumidor. Por meio do depoimento de agricultores, técnicos especialistas e vítimas de agroquímicos, Tendler aborda as diferentes facetas desta questão fundamental para a qualidade de vida do povo brasileiro.
 
Ficha técnica: 
Título: O Veneno está na Mesa 
Duração: 49 min.
Direção e Roteiro: Sílvio Tendler
Narração: Caio Ciocler, Dira Paes, Amir Haddad, Julia Lemmertz
Classificação: Livre 
Ano/Pais de Produção:  2011/ Brasil 
Pesquisa e produção: Hélène Pailhous
Edição: Paulinho Sacramento e Kaio Almeida
Trilha Sonora: Lucas Marcier e Arpx;
 

Arquivos anexados

  1. Cinema e Educação: O Veneno Está na Mesa
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