Conteúdos

– Gravidez na adolescência
– Planejamento familiar
– Paternidade na adolescência
– Métodos contraceptivos

Objetivos

– Refletir sobre gravidez na adolescência
– Compreender os fatores que elevam as taxas de adolescentes grávidas
– Reconhecer a importância do planejamento familiar
– Identificar os principais métodos contraceptivos

Previsão para aplicação:
6 aulas (50 min/aula)

1ª Etapa: Dinâmica para abordagem do tema - gravidez na adolescência

Prepare a sala com as cadeiras em um grande círculo; leve músicas que os alunos estejam ouvindo (funk, rap, pop, pagode etc.) e, no mínimo, 2 bexigas.

Os alunos irão se acomodar nas cadeiras e então explicará que será abordado o tema “gravidez na adolescência” e que, para isso, irão fazer uma dinâmica que irá funcionar da seguinte maneira:

Você irá soltar a música e a bexiga cheia irá passar de mão em mão, até que em determinado momento você irá parar a música e perguntará: “Como é possível evitar uma gravidez?” [o(a) aluno(a) deverá citar um método contraceptivo, se acertar, a dinâmica continua até que alguém erre ou não saiba responder]. O(A) aluno(a) que não soube responder colocará a bexiga embaixo da camiseta e então você, professor/a, irá questioná-los:

– Por que você engravidou? Foi planejado?
– Quais são os seus sonhos? É possível realizá-los com um bebê?
– Quais são suas preocupações daqui para frente?
– O que sentiu quando descobriu que estava grávida? Seu parceiro apoiou? E sua família?

Para finalizar a sensibilização sobre o tema, peça aos alunos que façam um escopo de “Projeto de Vida” com o que sonham para os próximos 2, 5, 10 anos de vida deles. Como imaginam que estarão nos campos: relacionamentos, profissional, espiritual e material? Para você professor(a), indicamos o vídeo “5 dicas para Projeto de Vida”, com isso poderá estudar e direcionar melhor seus alunos durante a atividade. Essa atividade pode ser feita em casa e finalizada na escola com uma roda de conversa, na qual os alunos serão questionados: “O que mudaria no seu projeto de vida com a chegada de uma gravidez não planejada?”

2ª Etapa: Aprofundando o conhecimento

Neste momento, o(a) professor(a) irá trabalhar com textos direcionados à taxa de gravidez na adolescência e as consequências acarretadas na vida dessas meninas.

Os textos da ONU, com links disponibilizados na área “Materiais relacionados”, trazem dados sobre a taxa de adolescentes grávidas na América Latina – Brasil e os índices de adolescentes grávidas até 15 anos, são ótimos textos para discussões sobre as políticas públicas presentes no Brasil, afim de informar meninas e meninos sobre gravidez na adolescência, métodos contraceptivos, planejamento reprodutivo, etc. Para que a discussão fique mais rica, sugiro que solicite aos alunos uma pesquisa prévia sobre as políticas públicas existentes no Brasil sobre o tema trabalhado.

O texto da Folha de São Paulo traz o número crescente de meninas negras e pobres que engravidam cada vez mais cedo. Após a leitura desse texto, cabem algumas questões, como:

– Segundo Adriana Alvarenga (Unicef), qual fator influencia os índices crescentes de casos de meninas grávidas nas periferias?
– De acordo com o texto, por que o número de mães adolescentes brancas diminuiu?
– Na sua opinião, e de acordo com os textos estudados, o que leva a taxa de natalidade ser crescente em meninas negras e que vivem nas periferias?
– Dentro da casa de vocês, o diálogo sobre sexo e métodos contraceptivos é aberto ou é um tabu?
– Na sua opinião, gravidez é algo que deve ser evitado APENAS pela menina?

3ª Etapa: Planejamento familiar ou planejamento reprodutivo

No Brasil, o planejamento familiar é amparado pela Lei n° 9.263/96 (que pode ser acessada no link disponível na área “Materiais Relacionados”), que o descreve como: “entende-se planejamento familiar como o conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal”.

O que acontece hoje é que os adolescentes, principalmente os que vivem nas periferias, não têm acesso a informações deste tipo, além da ausência da educação sexual nas escolas e falta de diálogo com a família, acabam por não compreenderem a importância de planejar um filho.

O vídeo “O sistema #7 – Falta de Planejamento”, mostra que 20% dos partos realizados pelo SUS são de meninas entre 10 e 19 anos, sendo a maioria sem planejamento. Através do vídeo, é possível sensibilizar os alunos com a história de Nayra -15 anos, que espera um bebê que não foi planejado. Ela fala como foi a descoberta, a reação com o teste positivo, a relação com a família e os sonhos postergados. Além do Rafael – 32 anos, que após o terceiro filho decidiu fazer a vasectomia para evitar gravidez indesejada (é importante dizer que a vasectomia é um procedimento muito simples que interrompe a circulação dos espermatozoides, produzidos pelos  testículos, para a vesícula seminal, de onde seguiriam para a  uretra. Pela legislação brasileira, o paciente que deseja se submeter à vasectomia deve ter no mínimo 25 anos ou pelo menos dois filhos nascidos vivos).

Para finalizar, recomendo a leitura em sala de aula – pode ser realizada em parceria com a disciplina de Sociologia – do artigo “Planejamento Familiar” de Drauzio Varella. Após a leitura, os alunos serão convidados a refletirem sobre as condições de classes, assim como a discrepância do acesso à educação e informações.

A atividade proposta nesta aula é uma pesquisa de campo na comunidade escolar, com um questionário feito pelos alunos para meninos e meninas que se tornaram mães e pais na adolescência, sem planejarem. Abaixo, seguem algumas questões para o questionário:

– Com quantos anos você engravidou?
– Quantos filhos tem?
– A gravidez foi planejada?
– Quanto tempo estava com o parceiro?
– O parceiro assumiu a criança? Deu apoio para a mãe?
– O que passou pela cabeça quando descobriu a gravidez?
– Como foi a reação da família?

4ª Etapa: Paternidade na adolescência

O período da adolescência compreende entre 10 a 19 anos e é neste período que os jovens sofrem transformações físicas, emocionais, sociais e a construção de uma identidade. Como podemos notar, a maioria das pesquisas e políticas públicas sobre gravidez na adolescência é sobre a maternidade (a responsabilidade das meninas). Pouco se fala da paternidade precoce e isso é um reflexo da sociedade machista na qual vivemos.

Prepare a sala com cartazes coloridos, com frases que quando ditas para as meninas/mulheres, as excluem como mães, porém quando ditas para os meninos/homens não possuem o mesmo efeito condenatório perante a sociedade:

Que feio! Ela é mãe solteira

Ele é um ótimo pai, ajuda até a trocar fralda!

Quem mandou abrir as pernas?!

Você viu?! Maria foi embora de casa e deixou o filho para o pai criar.

Ana (grávida aos 15 anos): João não quis assumir o filho. Sumiu!
Maria: Homem é assim mesmo. Não tem maturidade!

Promova uma reflexão e discussão sobre o quanto os meninos são responsáveis por gravidez não planejada, tanto quanto as meninas, assim como possuem responsabilidades na criação de um filho. Os alunos podem criar material digital e físico sobre paternidade na adolescência e divulgar no ambiente escolar, blogs, redes sociais etc.

5ª Etapa: Métodos contraceptivos

Após todo conhecimento adquirido, chegou a hora de falar com os alunos sobre quais são os métodos contraceptivos fornecidos na rede pública de saúde (SUS) e qual a forma de utilizá-los. Para isso, utilize a matéria do Ministério da Saúde “Conheça os métodos contraceptivos oferecidos pelo SUS” e a imagem abaixo:

Fonte da imagem: infográfico “Principais métodos anticoncepcionais de fácil acesso”, site Drauzio Varella. Acesso em: 01 de setembro de 2019.

Utilizando os dados presentes no texto e na imagem, peça que os alunos construam uma tabela como a sugerida no modelo abaixo sobre os diversos métodos:

Método Mecanismo Benefício Eficácia Previne IST
Camisinha masculina É uma barreira física, que impede contato do espermatozoide com o óvulo. Não precisa de receita. Prático de ser utilizado e disponível em UBS. 90-95% de prevenção de gravidez e IST. SIM

6ª Etapa: Vamos falar de gravidez na adolescência?

Para finalizar o tema, peça aos alunos que formem grupos e elaborem um curta-metragem com o título “Gravidez na adolescência: novas responsabilidades e sonhos adiados”. Também devem elaborar um infográfico sobre métodos contraceptivos.

Selecione os melhores trabalhos e organize uma apresentação para os alunos de ensino médio da escola, neste dia, os alunos podem distribuir o infográfico que elaboraram para os colegas, com o objetivo de prevenção de gravidez não planejada, ou ainda, infecções sexualmente transmissíveis.

Materiais Relacionados

1) Documento “Manuais da Linha de Cuidado da Gestante, Parturiente e Puérpera – Planejamento Familiar”. Acesso em: 31 de agosto de 2019.

2) Notícia “Brasil tem sétima maior taxa de gravidez adolescente da América do sul”. Acesso em: 30 de agosto de 2019.

3) Notícia “Gravidez entre meninas de até 15 anos diminui menos no Brasil na última década”. Acesso em: 30 de agosto de 2019.

4) Matéria “Cresce proporção de bebês nascidos de adolescentes na periferia de SP” – Folha de São Paulo online. Acesso em: 30 de agosto de 2019.

5) Vídeo “O sistema #7 – Falta de Planejamento”, canal Drauzio Varella. Acesso em: 31 de agosto de 2019.

6) Artigo “Planejamento Familiar”, site Drauzio Varella. Acesso em: 31 de agosto de 2019.

7) Matéria especial “Conheça os métodos contraceptivos oferecidos pelo SUS”.  Acesso em: 31 de agosto de 2019.

Sugestões de leitura para aprofundamento

1) BRASIL. Lei n° 9.263, de 12 de janeiro de 1996. Institui a Constituição Federal. Acesso em: 30 de agosto de 2019.

2) CONTE, Juliana. Adolescentes que engravidam sofrem maior risco de problemas físicos, psicológicos e sociais. Drauzio Varella – UOL. Acesso em: 31 de agosto de 2019.

3) Documentário “Meninas”. Direção Sandra Werneck. CineLuz, 2006. 1h 11min. Disponível em: . Acesso em: 31 de agosto de 2019.

 

Arquivos anexados

  1. Plano de aula – Gravidez na adolescência

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