Conteúdos

O jogo é para todos.

Objetivos

Dimensão Conceitual:
– Conhecer as diferenças e as semelhanças entre os jogos e os esportes;
– Entender o jogo como um conteúdo que sugere a melhora e a evolução nas habilidades motoras básicas e específicas.

Dimensão Procedimental:
– Organizar jogos adaptando espaços, materiais e número de participantes, favorecendo assim a inclusão de todos os alunos;
– Melhorar seu desempenho motor na prática dos jogos em grupo pré-desportivos.

Dimensão Atitudinal
– Participar das aulas com interesse e motivação, envolvendo-se nos jogos e integrando-se no grupo.

Caro professor, antes de dar sequência às atividades propostas neste plano de aula, acesse as abas “Para Organizar o seu Trabalho e Saber Mais” e “Material de Apoio”.

1ª Etapa: Início de conversa

Muitos dos jovens que chegam ao Ensino Médio vivenciaram práticas corporais que marcaram as suas vidas, tanto positivamente, como negativamente.  Ao chegar neste ciclo de escolarização, muitos carregam consigo os sucessos e os traumas que os motivam a participar ou não das aulas de Educação Física com satisfação e de forma cada vez mais autônoma. O grande desafio neste ciclo é desenvolver um projeto que possa incluir todos os alunos e ensiná-los a gostar da atividade física. Em um contexto onde nos deparamos com grupos heterogêneos nos interesses, nas motivações e no nível de habilidade, o JOGO surge como um conteúdo privilegiado na formatação de um programa que privilegie a participação e a inclusão. Esta seqüência didática tem como principal objetivo trabalhar com os jogos e as suas adaptações para fortalecer o vínculo dos alunos com as aulas de Educação Física.

2ª Etapa: “Diagnóstico/Mapeamento”

Para diagnosticar a relação dos alunos com as aulas de Educação Física prepare um questionário individual com as seguintes questões:

• Você gosta das aulas de Educação Física? Por quê?

• Como foi a sua Educação Física da 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental (como era a rotina da aula e quais práticas eram realizadas)?

• Como é a sua participação nas aulas de Educação Física? Por quê?

Para diagnosticar o que os alunos conhecem sobre Esporte e Jogo faça uma roda de conversa e, coletivamente, explore e registre os saberes trazidos pelos jovens (a partir das questões acima). O registro pode ser feito em um cartaz e deve ser exposto para os alunos tenham acesso ao conteúdo produzido.

Promova um jogo (a escolha pode ser feito em consenso entre os alunos e as alunas) e observe como é o envolvimento, se todos participam e se permanecem durante a prática. Explique o jogo para os alunos e peça para que se organizem para a prática, formando as equipes, delimitando os espaços e selecionando os materiais. Aproveite o mesmo jogo para avaliar a capacidade de organização do grupo.

Observe durante a prática como os alunos se apresentam frente ao desempenho de algumas habilidades motoras necessárias para a participação nos jogos (exemplo: arremessar, receber, rebater e chutar e dominar a bola com os pés).

3ª Etapa: Desenvolvimento “Os jogos e seus objetivos”

Coletivamente, faça uma lista com os jogos que os alunos conhecem e podem ser praticados na escola. Provavelmente os alunos irão relatar algumas modalidades esportivas misturadas à listagem dos jogos. Explique a diferença entre jogo e esporte e realize, também coletivamente, a separação em uma nova lista com duas colunas, uma para os jogos e outra para os esportes. Aproveite os jogos da listagem para planejar as aulas. Não deixe para escolher a atividade no dia da aula. Escolha antecipadamente o jogo e selecione quais as expectativas a serem trabalhadas.

Se a aula tiver como objetivo a melhora das habilidades motoras e a melhora no desempenho, escolha jogos que permitem um maior número de repetições da habilidade objetivada, por exemplo: queimada para o desenvolvimento da habilidade de arremessar. Para aumentar a participação dos alunos nos jogos, procure ampliar o número de bolas no mesmo jogo, o que possibilita aos alunos maior contato com o material para execução da habilidade de arremessar. Uma outra possibilidade é distribuir vários campos de jogos, reduzindo o número de participantes em cada espaço, o que amplia a participação dos alunos.

Se o foco é propiciar que os alunos aprendam a organizar jogos, utilize um jogo bem conhecido. Solicite a formação de pequenos grupos e retome as características, as regras e o formato do jogo.  Faça uma lista no quadro branco (ou lousa) com o material a ser utilizado e o desenho do campo a ser delimitado. Na seqüência, solicite que se agrupem e realizem os jogos. Acompanhe o trabalho dos grupos, a organização, a integração,  o nível de colaboração, participação e cooperação.

4ª Etapa: Desenvolvimento “Ampliando o repertório de jogos”

Em outro momento o professor pode levar o jogo e, em conjunto com o grupo de meninos e meninas, pode organizar as regras, adaptando-as conforme a necessidade apresentada pela turma. Já conhecendo o grupo, o professor pode sugerir algumas regras individuais para aqueles que têm menos habilidades e também desafios maiores para aqueles que têm mais habilidades, tornando assim o jogo motivante para todos. Exemplo: O jogo de voleibol no momento do saque: Para os que têm habilidades mais “avançadas” – sacar atrás da linha de fundo; Para os que têm menos habilidade – sacar mais próximo da linha dos 3 metros; Aumentar gradativamente a distância do saque conforme o índice de acertos e “sucesso”. A atividade pode ser seguida de uma partida de voleibol com regras oficiais e sem flexibilidade.

Aproveitando a atividade de organização dos jogos com as adaptações necessárias e a vivência do voleibol como esporte, comparar as duas práticas. Proponha aos alunos, numa roda conversa, a análise do Voleibol como ESPORTE e do Voleibol como JOGO. Registre as características de ambos, semelhanças e diferenças entre eles.

Para as vivências dos jogos listados com os alunos também podemos solicitar que expliquem as práticas para os colegas. Pode-se também realizar novos jogos pré-esportivos, trazidos pelo professor e não conhecidos pelos alunos, o que propicia o desenvolvimento de habilidades motoras específicas (arremessar, rebater, receber, chutar e/ou dominar a bola com os pés).
Nas rodas de conversas finais das aulas podem ser realizadas discussões sobre: Quais habilidades motoras foram trabalhadas? Quem conseguiu melhorar suas habilidades e o seu desempenho durante os jogos? Proponha a auto-avaliação dirigida sobre a participação individual de cada aluno e a apreciação dos jogos vivenciados. Não se esqueça de questionar sobre as mudanças que as aulas têm promovido quanto à participação, à valorização das práticas motoras, ao desempenho etc.

Considerando as habilidades avaliadas na fase diagnóstica, observe rotineiramente, frente aos jogos vivenciados, as melhoras apresentadas no desempenho de algumas habilidades motoras necessárias para a participação nos jogos (exemplo: arremessar, receber, rebater e chutar e dominar a bola com os pés) e o desempenho durante os jogos realizados.

5ª Etapa: “Fechamento/conclusão”

Para diagnosticar as mudanças quanto à apreciação das aulas de Educação Física e quanto às mudanças ocorridas com as práticas oferecidas, proponha um questionário individual como as seguintes questões:

– Você gostou do projeto desenvolvido até aqui nas aulas de Educação Física? Por quê?

– Como foi a sua participação nas aulas de Educação Física? Por quê?

– Você sentiu melhoras no desempenho das habilidades motoras? Quais?

– E nos jogos, melhorou seu desempenho? Fale um pouco sobre as mudanças ocorridas decorrente das vivências nas aulas?

Para saber se aprenderam a diferença entre Esporte e Jogo solicite que, primeiro, individualmente, escrevam o conceito de um e outro. Encaminhe uma roda de conversa e, coletivamente, explore os saberes trazidos pelos jovens. Após chegarem a um consenso, registre com o grupo em um cartaz um conceito para Jogos e outro para Esportes.

Promova novamente o jogo escolhido na avaliação diagnóstica pelos alunos e observe se houveram melhoras quanto aos seguintes aspectos: o envolvimento dos alunos, a participação ativa de todos e se ainda ocorrem evasões durante a prática.

Para finalizar realize um festival de jogos para outra turma da escola no qual os alunos tenham como tarefa a organização das atividades. Observe a capacidade de organização do grupo para distribuir as funções, dividir todos em equipes; utilizar os espaços, utilizar os materiais e explicar os jogos para os participantes. Assim você terá bons indicadores sobre os aprendizados construídos ao longo das aulas.

Materiais Relacionados

Quer saber mais sobre a pedagogia do jogo e a relação entre o Jogo e o Esporte?

Assista ao vídeo sugerido abaixo:

Esporte Educacional 2

Para a aplicação desta seqüencia de aulas sugerimos também a leitura e consulta dos livros:
GRAÇA, A.; OLIVEIRA, J. O ensino dos jogos desportivos. 2. ed. Porto: Cejd, 1997.
MATTOS, M.; NEIRA, M.G. “Educação Física na Adolescência: Construindo o conhecimento na escola”. Editora Phorte, São Paulo, 2008.
PICCOLO, Vilma L.N. (orgs). Pedagogia dos Esportes. Campinas, SP: Papirus, 1999.
ROSSETTO JUNIOR, A.J.; ARDIGÓ JUNIOR, A.; COSTA, C.M.; D’ANGELO, F. Jogos educativos: estrutura e organização da prática. 5. ed. São Paulo: Phorte, 2009.

Arquivos anexados

  1. Plano de aula – O jogo é para todos
  2. Material de apoio – O JOGO Por que sim Por que não

Tags relacionadas

0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments

Receba NossasNovidades

Receba NossasNovidades

Assine gratuitamente a nossa newsletter e receba todas as novidades sobre os projetos e ações do Instituto Claro.