Conteúdos

– O tempo-histórico da pós-modernidade
– Críticas à pós-modernidade

Objetivos

– Refletir acerca do fim da modernidade
– Compreender em que consiste a pós-modernidade
– Entender quais são os valores morais e éticos da pós-modernidade
– Seria a pós-modernidade a corrosão da ética e do caráter construído ao longo da modernidade?

Previsão para aplicação:
2 aulas (50 min/aula)

1ª Etapa: A pós-modernidade

Esse trabalho é indicado para fazer na sequência do debate e aprendizado sobre a modernidade, pois, dessa maneira, se torna mais fácil para os estudantes entenderem a passagem histórica entre modernidade e pós-modernidade.  Também é indicado uma recapitulação dos marcadores históricos da modernidade.

O que é a pós-modernidade? 

As revoluções francesa, industrial e o cogito cartesiano (Penso, logo sou) são os marcadores históricos daquilo que ficou conhecido como modernidade, pois esses três eventos mudaram profundamente a relação do homem com o mundo. Um tempo onde surgia a crença em um “novo mundo”, onde as pessoas poderiam participar da construção política de suas respectivas sociedades.

E o que marca a fundação do tempo-histórico conhecido como pós-modernidade? Se a transformação do mundo marca a modernidade, o oposto será a marca do tempo posterior: a barbárie, a melancolia e uma profunda sensação de que o mundo só vai piorar e não há mais nada para fazer, essas são as marcas subjetivas da pós-modernidade? Mas de onde surgem esses sentimentos que se apoderam de boa parte da humanidade?

Quatro eventos históricos marcam o início desse profundo mal-estar da sociedade para com o mundo e consigo própria: a I e a II Guerra Mundial (1914-1918/ 1939-1945, respectivamente), a queda do Muro de Berlim em 9 de novembro de 1991 e o fim da União das Repúblicas Soviéticas e Socialistas (URSS) no dia 26 de dezembro de 1991.

Na época, historiadores, sociólogos e filósofos consideraram que, com as duas guerras mundiais e, posteriormente, com o fim da União Soviética, estava decretado o “fim da história”, o assentamento para sempre do liberalismo e do modo de produção capitalista e o fim das grandes transformações. A tese do fim da história será retomada pelo historiador Francis Fukuyama, após o fim da União Soviética.

De acordo com o este ator, não apenas as grandes transformações estavam fora do horizonte, mas as ideologias – principalmente aquelas do campo da esquerda – se encontravam, a partir de agora – 1991 – numa profunda crise.

Os adeptos dessa tese indicam também que a outra grande marca da pós-modernidade é: a ausência das ideologias coletivas, ou seja, o individualismo aliado a um hedonismo alienante, que se torna a marca do momento histórico que sucede a modernidade. A solidariedade trabalhista passa a dar lugar ao trabalhador solitário.

2ª Etapa: Novas grandes transformações são, de fato, impossíveis?

Na virada do século XX para o XXI, historiadores, sociólogos e filósofos começam a questionar a tese do “Fim da história” e de que grandes transformações se tornaram impossíveis. Dois fatos históricos vão marcar essas correntes de pensamento que questionam a ideia de uma pós-modernidade: a primeira edição do Fórum Social Mundial, em 2001, na cidade de Porto de Alegre e o movimento Occupy Wall Street, nos EUA, em 2011. Dois slogans surgem com esses dois acontecimentos: “Um outro mundo é possível” e “Nós somos os 99%” (We are the 99%, em inglês), respectivamente.

Esses dois movimentos políticos de caráter altermundista (internacionalista) levam pensadores e pensadoras a questionarem se em algum momento existiu a pós-modernidade. Levantam a ideia de que, autores e autoras, por conta do fim da União Soviética, construíram hipóteses apressadas sobre o futuro do curso da história e dos movimentos políticos.

3ª Etapa: Pesquisa – a atualidade do racismo

Sobre o questionamento da existência da pós-modernidade, algumas perguntas são formuladas: O racismo acabou? A miséria? A substituição do homem pela máquina? A razão deixou de ser o centro do pensamento? Por fim, a colonização, de fato, terminou? América Latina e África estão completamente independentes?

É a partir das respostas dessas perguntas que se questiona a existência da pós-modernidade, pois os valores da modernidade não foram superados – como indica a terminologia – e a melancolia, a tristeza e a incapacidade de transformar o mundo são sentimentos que sempre estiveram presentes, não sendo um mal-estar cultural exclusivo de uma pretensa “pós-modernidade”.

Materiais Relacionados

1) Vídeo Fronteiras do Pensamento: Zygmunt Bauman – O que é pós-modernidade? Acesso em: 27 maio 2019.

2) Vídeo Café Filosófico: Vida pós-modernidade: Marcia Tiburi, Leandro Karnal, Rubens Fernandes Jr. e Luiz Felipe Pondé.  Acesso em: 27 maio 2019.

3) Filmes que podem ser utilizados na sala de aula para refletir sobre a pós-modernidade:  KIDS, dir. Larry Clark, EUA, 1995. / Bling Ring:  a gangue de Hollywood, dir. Sofia Coppola, EUA, 2013. / Asas do Desejo, dir. Win Wenders, Alemanha, 1988. / ELA, dir. Spike Jonze, EUA, 2014.

Livros sugeridos

– BAUMAN, Zygmunt. O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zagar Editor, 1998.
– HARVEY, David. Condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. São Paulo: Edições Loyola, 1992.

Arquivos anexados

  1. Plano de aula – Pós-modernidade?

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