Conteúdos

– História e memória
– Diferentes formas de fazer história: escrita, oral e iconográfica
– Colonização, imigração e escravidão
– Urbanização e gentrificação

Objetivos

– Diferenciar história e memória
– Aprender a pesquisar usando fontes escritas e orais
– Saber mais de sua origem e de seus familiares
– Reconhecer o espaço da cidade como espaço coletivo
– Identificar que o espaço geográfico ao seu redor é alterado com a existência humana e altera, por sua vez, os residentes dele

Série/ano: 

5º, 6º e 7º anos

Apesar da sugestão de série/ano indicada, recomenda-se que os conteúdos sejam trabalhados continuamente durante a trajetória escolar. O tema pode ser abordado em conjunto com as aulas de História do Brasil, com história da imigração no Brasil ou com a história da escravidão no Brasil. Ao(A) professor(a), reserva-se analisar e apresentar ou reforçar determinado tema quando achar necessário.

Previsão para aplicação:

Um bimestre

1ª Etapa: História, memória e diferentes fontes

A história e a memória se relacionam, porém, não são a mesma coisa. No que se assemelham, ambas são seleções organizadas de fatos e eventos que, postos em uma linha, formam uma narrativa. A memória diz respeito a sentimentos e sensações e pode ser tanto individual quanto coletiva. A história tem uma metodologia própria que se baseia em fontes materiais e imateriais, nas quais se encontram evidências de eventos passados que são descritos e podem ser questionados por outros pesquisadores.

História:

A única generalização cem por cento segura sobre a história é aquela que diz que enquanto houver raça humana haverá história.

Eric J. Hobsbawn

A história é uma narrativa seletiva de fatos e eventos organizados em uma linha espaço-temporal. Para sua realização, existe a necessidade de uma metodologia própria baseada em documentos, chamados de fontes. O pesquisador busca nos eventos passados respostas para processos que ocorreram em outros momentos da humanidade e para explicar situações do presente. A história é feita a partir do surgimento da humanidade e se baseia na interação entre homens e mulheres e com o meio em que vivem.

A escrita da história pode ser um exercício de poder. A disciplina passou a existir formalmente no século XIX quando deixou de ser atrelada à filosofia e tornou-se independente na Europa. Naquele momento, imperava nos meios acadêmicos a ideia positivista e darwinista. De acordo com essas doutrinas, a evolução humana se dava a partir de uma linha temporal de avanços e domínios sobre a natureza, a começar pela língua escrita.

O Darwinismo Social nasceu das propostas feitas por Charles Darwin em relação à evolução das espécies de animais e plantas. O estudo de Darwin propôs uma evolução, animal e botânica, baseada na seleção natural, na qual as espécies com genes mais adaptados às situações naturais conseguiam sobreviver e, com isso, passar seus genes adiante pela reprodução. No século XIX, havia entre os antropólogos, filósofos e historiadores a mesma ideia generalizada para os seres humanos. Nesse sentido, as civilizações mais evoluídas eram aquelas que dominavam a escrita e, portanto, poderiam produzir sua própria história a partir de registros escritos e passar suas narrativas para frente.

Até a metade do século XX, a escrita da história se concentrou exclusivamente em analisar fontes escritas. Nesse sentido, a história produzida até esse período era a das grandes instituições, grandes eventos e grandes homens, já que eram essas as pessoas que dominavam a escrita e controlavam as instituições que produziam os documentos em questão. Grande parte da humanidade, escravizados, camponeses, trabalhadores, mulheres, crianças, idosos, indígenas, populações nativas e muitos africanos e asiáticos estiveram excluídas da história acadêmica.

A partir da década de 1960, com os processos de independência africanos e asiáticos, com os movimentos de direitos civis de negros norte-americanos, com o movimento de contra cultura, de liberdade sexual, movimentos estudantis na Europa, a Revolução Cubana, a consolidação do trabalho feminino fora de casa e outros movimentos de trabalhadores, a escrita da história passou por uma mudança de perspectiva, tanto do ponto de vista temático, quanto do ponto metodológico. Esses setores lutaram por sua inserção e passaram a escrever sua própria narrativa histórica.

Outras fontes, que antes eram ignoradas, passaram a ser determinantes para os historiadores buscarem as evidências dos eventos passados, tais como fontes orais, materiais e imagens. Para muitos povos sua história e ancestralidade era passada de forma oral e não escrita. É o caso de povos africanos e povos originários, como os indígenas brasileiros, ou ainda de povos escravizados, como os afrodescendentes e negros das Américas. Para mulheres, o isolamento do trabalho doméstico não gerou fontes escritas, mas a moda, a arquitetura, a produção de eletrodomésticos e, depois, sua entrada no mercado de trabalho, podem contar sua história. Além disso, a arqueologia operou revisões na história da Antiguidade, muitas vezes refutando fontes escritas, e possibilitou um estudo mais aprofundado da pré-história, para citar alguns exemplos.

Houve também uma mudança de paradigma da pesquisa historiográfica influenciada pelo estruturalismo e pelo pós-modernismo. Essas visões trouxeram alguns elementos para o debate da escrita da história, como por exemplo, a ideia de estrutura social demarcada pela existência de padrões, tais como classes sociais, etnia e cor da pele, diferenças de gênero e sexualidade, etc. Para eles, no entanto, as estruturas são compostas por pessoas que são, ao mesmo tempo, influenciadas e influenciadoras do meio em que vivem. Esses teóricos uniram objetivo e subjetivo na escrita da história e passaram a não tomar mais como verdade absoluta o documento escrito.

A ideia de que o indivíduo é agente da história, de que não há uma história melhor ou mais importante que outra, traz os setores, até então excluídos, para o centro do debate. Contar a própria história, de seu povo ou civilização ou de um local, passou a ser um dos muitos aspectos investigativos da história.

Memória:

Um povo sem memória é um povo sem história. E um povo sem história está fadado a cometer, no presente e no futuro, os mesmos erros do passado.

Emília Viotti da Costa

A memória, por sua vez, é também uma narrativa baseada em experiências, sejam individuais ou coletivas e organizadas de forma espacial e temporal. Ela é, por excelência, subjetiva e é também seletiva, tal como a história. Os processos de seleção, no entanto, podem ser conscientes ou inconscientes. A memória pode ser desde uma forma de contar uma vida e as experiências vividas nela, quanto um mecanismo de poder usado de forma institucional ou governamental.

As seleções operadas pela memória individual dizem respeito a uma questão perceptiva do ser humano e seu entorno. Ela nunca é isolada do todo, sendo o ser humano social por definição, as lembranças de vida que tem uma única pessoa são também de sua inserção em um contexto social, político, familiar, nacional, étnico, de gênero, etc. A lembrança é uma construção do passado baseada em elementos do presente e sofre alterações de narrativa de acordo com novos dados, contextos ou com a lembrança de terceiros. A memória nunca é totalmente simulada, mas também não é uma absoluta certeza.

Os eventos descritos por quem conta uma história tem mais a ver com o impacto causado por eles em seu psicológico e na sua formação do que com o impacto nacional ou social deles. Um evento como a migração de nordestinos nos anos 1960, 1970 e 1980 para a região sudeste, por exemplo, pode ser descrito sem grande importância por alguém que tenha realizado essa mudança ou pode ser o fator mais simbólico de sua formação identitária. Esse peso em sua lembrança se determina pela relação do indivíduo em questão com o meio social em que vive ou viveu.

As histórias de povos, grupos ou etnias, sejam escritas ou orais, são construídas não só com base em documentos, mas também em sua memória coletiva atrelada a grandes traumas ou eventos vividos por eles ou por seus ancestrais. Alguns exemplos disso são a memória do holocausto judeu durante a Segunda Guerra Mundial, a memória da escravidão e diáspora negra nas Américas e a memória das ditaduras militares na América Latina. A construção de memoriais, o tombamento de monumentos, a proteção de determinadas manifestações culturais é feita em detrimento de outras. É, portanto, um processo de seleção resultante de disputas pela memória.

Do ponto de vista da memória coletiva, ela é sempre um objeto de disputa que ganha diferentes narrativas ao longo do tempo e das necessidades históricas. Getúlio Vargas, durante o período do Estado Novo, criou em conjunto com intelectuais do período o IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – em 1937. O Instituto, naquele momento, valorizou elementos da história brasileira associados ao período da exploração aurífera de Minas Gerais, nesse sentido, preservou Igrejas e monumentos coloniais no Estado em detrimento de outras narrativas e memórias históricas, como por exemplo, a memória da escravidão ou dos indígenas. Naquele momento, o Brasil passava por uma crise econômica causada pela desvalorização do café e, ao mesmo tempo, havia deixado de ser uma monarquia escravocrata há quatro décadas.

Outro exemplo mais recente é o feriado da Consciência Negra, dia 20 de novembro, no Brasil, data convencionada com a do assassinato de Zumbi. Conquista do movimento negro brasileiro, o dia visa lembrar não só o período da escravidão, mas, sobretudo, a resistência dos escravizados a partir de sua figura mais emblemática, Zumbi, líder do maior e mais duradouro quilombo brasileiro, o Quilombo dos Palmares. A fixação de uma data para refletir a respeito de escravidão e consciência étnica, constrói na memória coletiva a lembrança desse período da história do Brasil que diz respeito não só a escravidão, mas a organização e resistência dos escravizados.

Contar histórias próprias: uma forma de fazer história na escola

A história não é única. Ela é uma narrativa contada por alguém em um processo vivo e de permanente revisão e é influenciada por homens e mulheres em seu tempo e espaço. As pessoas são, portanto, agentes, sujeitos e personagens de sua própria história e da história coletiva, sendo influenciadoras e influenciadas por seu tempo e meio. Nesse sentido, toda história tem valor e não existe uma história melhor que outra.

A história local é pouco trabalhada a depender da região e da cidade em que se trata. A história dos bairros, portanto, faz parte da história nacional e coletiva, não somente da história individual. A articulação entre as diferentes histórias de vida contadas por cada um dos moradores do bairro, pode contribuir para a construção de uma memória social dos alunos, da própria escola e do coletivo ao redor.

Para os alunos participantes de um projeto memorialista, encontrar-se como um indivíduo que é pertencente ao meio e ao mesmo tempo o meio lhe pertencer, ajuda na construção de sua própria história de vida e identidade, situando-o em um espaço-tempo no qual sua memória e história lhe pertencem.

Texto resumido baseado em:

LE GOFF, Jacques. História e Memória. Editora da Unicamp: Campinas, 1990.

LOPEZ, Immaculada. Memória social: uma metodologia que conta a histórias de vida e o desenvolvimento local. Editora Museu da Pessoa: São Paulo, 2008.

2ª Etapa: Atividades – memória e produção de fonte oral e visual

A proposta parte da ideia do estudo do bairro onde está localizada a escola em que o(a) professor(a) leciona. Ainda que alguns dos alunos residam em bairros próximos e não naquele em questão, a atividade pode ser feita, uma vez que os jovens passam grande parte de suas vidas e de seus dias dentro da escola, local onde muitos fazem sua socialização.

Ainda sim, caso o(a) professor(a) queira, poderá fazer a atividade sobre a história da escola e não do bairro, nesse sentido, poderá substituir as entrevistas com parentes, por entrevistas com professores(as), outros(as) funcionários(as) e ex-alunos(as) da escola.

1) Sondagem: o que os alunos conhecem sobre o bairro em que moram ou estudam?

Em roda, o(a) professor(a) poderá fazer perguntas a respeito do bairro em que os alunos moram. É interessante ir anotando na lousa as impressões de cada aluno.

Algumas perguntas possíveis:

a) Você nasceu nesse bairro? Há quanto tempo você mora nesse bairro?
b) Toda sua família mora aqui?
c) Quais lugares costumam frequentar por aqui?
d) Já estudaram em outras escolas? Quais?
e) Seus amigos moram aqui?
f) Para você, como é bairro?
g) Tem locais para passear?
h) Há grafites ou pixações pelo bairro?
i) São realizados eventos no bairro? Ex: shows, quermesses, feiras, etc.
j) Você gosta do seu bairro?

2) Visitação: conhecer o bairro coletivamente

Nessa etapa, a turma fará um passeio pelo bairro em que a escola está situada.

a) O(A) professor(a) deverá fazer uma visita técnica antes e escolher o percurso que irá fazer com os alunos, priorizando passar por locais de importância, como lojas antigas, córregos, avenidas, ruas principais, casas mais antigas, etc.
b) Os alunos irão registrar, a partir de seu olhar, o que acharem mais apropriado e significativo do bairro em questão. Podem usar seus próprios celulares, ou o(a) professor(a) poderá levar uma única máquina para uso coletivo. O importante é que o registro fotográfico seja feito pelos alunos.
c) Se houver uma praça ou parque no bairro, o(a) professor(a) poderá fazer um piquenique com os alunos, sentar em roda e conversar informalmente sobre o que viram.

3) Entrevista coletiva

Sugestão A: 0(a) professor(a) poderá, a partir de suas pesquisas, convidar uma pessoa mais velha, influente no bairro para ir à escola e contar suas memórias. É importante deixar o(a) convidado(a) falar livremente sobre sua vida, contar suas memórias. Os alunos podem fazer perguntas. Pode ser interessante filmar a história contada pela pessoa, além de pedir fotografias ao entrevistado (que servirão como fonte iconográfica).

Sugestão B: o(a) professor(a) poderá reunir seus alunos e, novamente, fazer uma atividade fora da escola, levando a turma para conversar com comerciantes, líderes comunitários ou pessoas de relevância na região. O(A) professor(a) deverá fazer uma pesquisa preliminar para encontrar as pessoas mais velhas do bairro, de importância social ou econômica e fazer uma conversa inicial sobre o projeto e saber a disposição da pessoa em questão. Nesse caso, é importante que, junto com os alunos, o(a) professor(a) tenha previamente elaborado um questionário. O registro deverá ser feito através de uma câmera de celular e/ou gravador.

4) Histórias de vida

Nessa parte do trabalho, os alunos farão suas entrevistas. O objetivo é investigar de onde vieram seus pais, seus avós ou as pessoas com quem moram.

Sugestão A: dividir os alunos em grupos e selecionar um ou dois membros da família de cada aluno para serem entrevistados. É importante que os alunos decidam quem serão os entrevistados, levando em consideração alguns critérios definidos previamente pelo(a) professor(a) e a turma. Alguns exemplos de critério são: idade, tempo de moradia no bairro, etc. Os alunos podem fazer registros com seus celulares – áudio ou vídeo. Caso não haja essa possibilidade, o(a) professor(a) poderá providenciar uma câmera para uso coletivo. As entrevistas podem ser previamente elaboradas em sala ou podem ser depoimentos livres, nos quais os alunos irão pedir ao entrevistado que conte sua história de vida.

Sugestão B: individualmente, os alunos podem fazer entrevistas, cada um com um membro de sua própria família. Nesse caso, o critério é dado pelo próprio aluno, ele irá escolher o membro e o porque de sua escolha. Pode ser por ser mais velho ou por ser importante para o aluno. Os alunos poderão fazer registros através de seus celulares – áudio ou vídeo. Caso não haja essa possibilidade, o(a) professor(a) poderá providenciar uma câmera ou gravador para uso coletivo. As entrevistas podem ser previamente elaboradas em sala ou podem ser depoimentos livres, nos quais os alunos irão pedir ao entrevistado que conte sua história de vida.

Importante: caso o(a) professor(a) e os alunos optem por fazer uma entrevista e não um depoimento livre, é necessário que todos sigam o mesmo roteiro.

Sugestões de perguntas (para serem usadas nas entrevistas individuais e coletivas):

Nome; Idade; Profissão; Estado Civil; Grau de Parentesco; etc.

a) Você reside nesse bairro há quanto tempo?
b) Onde você nasceu? Como chegou aqui?
c) Como era sua casa na infância? Como era sua primeira casa no bairro? Ainda é a mesma casa? Como ela é hoje?
d) Por que escolheu esse bairro para residir? Você sabe por que seus pais escolheram esse bairro para residir?
e) Como era a Av. principal? Tinha rio no bairro? Como era a escola que você estudava (se estudou)?
f) Você gosta de morar aqui? Mudaria alguma coisa no bairro?
g) O que você sente falta de quando era mais novo?

3ª Etapa: História por fontes escritas ou iconográficas e por bibliografia

Essa é uma etapa de pesquisa em fontes já existentes ou em bibliografia já escrita sobre a região.

1) Recolhimento de fontes:

a) Em casa: nessa etapa do trabalho os alunos serão os pesquisadores. Em suas casas, irão buscar ou solicitar fotos, imagens ou registros que mostrem o bairro, tais como fotos na Igreja, na escola, construção da casa dos parentes, etc.

b) No bairro: além da busca em casa, é possível conversar com as mesmas pessoas da etapa de visitação no bairro para que possam fornecer documentos a respeito da região.

c) Na escola: muitas escolas têm registros fotográficos e escritos a respeito de sua construção que mostram um pouco do bairro. A história do crescimento ou diminuição da escola são fontes de informação para o desenvolvimento do bairro.

d) Arquivos públicos: muitas cidades têm acervos documentais sobre o município. Neles é possível encontrar documentos escritos e imagens sobre a formação de bairros. Alguns desses arquivos possuem seu acervo online ou um guia do acervo que permite pesquisar e solicitar o acesso a elas. Essa parte cabe ao(a) professor(a) visitar o arquivo, obter acesso às fontes e levar para a sala de aula, mesmo que sejam somente reproduções.

e) Prefeitura: o(a) professor(a) poderá fazer uma pesquisa na prefeitura de sua cidade e solicitar algumas informações, como data de fundação do bairro, de ocupação de pessoas, transporte, etc., e levar para sala de aula.

f) Jornais de grande circulação: alguns jornais mais antigos dispõem de acervos próprios na internet e outros estão disponíveis no acervo da Biblioteca Nacional, também online. Uma das vantagens do acervo online é a possibilidade de realizar uma busca por palavras-chave, como o nome do bairro, por exemplo.

Fonte: Hemeroteca Digital Brasileira

2) Pesquisa bibliográfica:

a) Sites de prefeituras: em muitos locais existem histórias de alguns bairros já publicadas. Esse é o caso da prefeitura de São Paulo, por exemplo, que tem algumas monografias em seu site institucional. Outras têm breves informações técnicas.

b) Levantamento bibliográfico: pode ser feito pelo google ou google acadêmico, para conhecer produções que citem o bairro em questão, se houver.

4ª Etapa: Exposição

Construir uma história é também escrevê-la e exibi-la. Nesse sentido, o(a) professor(a) e os alunos podem organizar uma exposição para que todos na escola tenham contato com a história do próprio bairro.

1) Linha do tempo coletiva: encerradas as pesquisas, levantamento de dados e entrevistas, a turma poderá montar uma linha do tempo para ser exibida na exposição.

a) A turma, juntamente com o(a) professor(a), poderá eleger marcos do bairro e, a partir disso, elaborar um texto a respeito. Por exemplo, a construção da primeira escola, a chegada do bonde, etc.

b) A partir das histórias de vida contadas pelos entrevistados, o(a) professor(a) e os alunos irão inserir na linha do tempo os eventos de suas próprias vidas. A história de vida de cada um também constitui a história do bairro. Exemplo: 1905 – Chegada dos avós do Sr. Claudemir; 1917 – Sra. Neide se casa com Sr. João; etc.

c) Imagens: Nos marcos que foram selecionados, sejam pessoais ou do bairro, se houver fotos, poderão ser anexadas também.

2) Escrita da história:

É possível realizar parceria com o(a) professor(a) de língua portuguesa nesta etapa do projeto, tornando-o interdisciplinar.

a) Sugestão 1: escrever a história do bairro a partir da linha do tempo selecionada. O(A) professor(a) poderá separar a sala em grupos e dividir pedaços para cada um. A história deve incluir o que foi levantado pelos documentos e os depoimentos individuais.

b) Sugestão 2: escrever sua autobiografia. Nesse caso, cada aluno escreverá a sua, pensando na pessoa que entrevistou e nas informações obtidas através da pesquisa sobre o bairro.

c) Sugestão 3: escrever um depoimento de sua própria vida, seguindo o modelo proposto nas entrevistas anteriores.

3) Montagem da exposição: a exposição poderá ser montada em uma sala, onde as produções dos alunos ficarão expostas, bem como a linha do tempo. Se houver imagens e objetos pessoais, é interessante exibi-los também. Caso as entrevistas tenham sido feitas em vídeo, é recomendável exibi-las em telão ou em computadores.

Obs.: Quando se faz entrevistas e se utiliza materiais fornecidos por pessoas, recomenda-se autorização prévia. No caso de imagens, é preciso pedir autorização para exibição pública.

Dicas:

Site Museu da Pessoa. Trata-se de um museu virtual e colaborativo que colhe depoimentos e histórias de vida de pessoas que queiram compartilhar suas experiências. O site também dispõe de manual, artigos acadêmicos, cursos e palestras, além de um acervo de histórias faladas e registradas em vídeo. Confira também a página de projetos da plataforma.

Materiais Relacionados

1) No site “Brasil Escola” há um artigo sobre as razões de trabalhar memória nas aulas de história.

Para aprofundamento:

1) Sobre a relação entre história e memória:

LE GOFF, Jacques. História e Memória. Editora da Unicamp: Campinas, 1990.

BARROS, José D´Assunção. História e memória – uma relação na confluência entre tempo e espaço. Revista Mouseion, nº 05, vol. 03, 2009.

2) Livro produzido pelo Museu da Pessoa sobre “Memória Social”:

LOPEZ, Immaculada. Memória social: uma metodologia que conta a histórias de vida e o desenvolvimento local. Editora Museu da Pessoa: São Paulo, 2008. Disponível em:

3) Manual produzido pelo Museu da Pessoa sobre “Tecnologia Social da Memória”:

Tecnologia Social da Memória: Para Comunidades, Movimentos Sociais e Instituições Registrarem sua memória.

Arquivos anexados

  1. Plano de aula: Projeto – História do meu bairro, história de mim

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ERALDO SANTOS
4 anos atrás

muito bom.

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