Conteúdos
– Xilogravura
– Técnica artística
– Cultura e tradição popular
– Patrimônio cultural e artístico
– Folheto de cordel
Objetivos
– Apreciar a xilogravura como técnica empregada no folheto de cordel e reconhecer sua importância para a produção artística nacional
– Valorizar o patrimônio artístico-cultural brasileiro
– Explorar outras formas de superfície e de materiais para desenhar e pintar
– Produzir xilogravuras
Série/Ano:
4º ano do Ensino Fundamental
Vale destacar que apesar da sugestão de atividade ser para o 4º ano, esse conteúdo pode ser retomado ou reforçado considerando outras abordagens nos anos sequenciais do primeiro ciclo do ensino fundamental.
Previsão para aplicação:
3 aulas (50 minutos/aula)
1ª Etapa: Início de conversa
Inicie as atividades com os alunos projetando um vídeo que contém uma animação feita de um folheto de cordel. Trata-se de “O cavalo que defecava dinheiro”.
A animação apresenta parte da história que inspirou a peça teatral de Ariano Suassuna, O Auto da Compadecida. O cordel do vídeo é de autoria de Leandro Gomes de Barros, cordelista paraibano considerado o “rei dos poetas populares de seu tempo”.
Explore com os estudantes a estética das imagens do vídeo, questione-os quanto às cores e ao traçado dos desenhos. Informe que aquele vídeo se trata de uma animação baseada em um folheto de cordel e que aquelas imagens são xilogravuras, uma técnica muito utilizada nesse tipo de literatura.
2ª Etapa: Cordel e o uso da xilogravura
Ao finalizar a projeção, você poderá apresentar para as crianças as características do folheto de cordel. Diga que esses folhetos geralmente são pequenos, finos e pouco extensos, variando em torno de 8 a 32 páginas. A impressão é feita em papel barato e nas capas aparecem essas ilustrações que são feitas a partir da técnica da xilogravura. Se possível, professor(a), leve também um folheto para a sala de aula para deixar os estudantes manusearem. Lembre-se de enfatizar o papel da ilustração e o modo como ela se diferencia das pinturas que eles estão acostumados a ver nos livros de literatura infanto-juvenil.
Informe as técnicas utilizadas para a escrita do cordel que fazem com que as narrações sejam rimadas, podendo ser cantadas também. Aqui vale fazer uso do plano de aula mencionado para explorar as questões linguísticas e temáticas geralmente presentes nesse tipo de folheto.
Enfatize que você busca olhar com mais atenção para as xilogravuras utilizadas no cordel. É importante que você projete imagens ou que as leve impressas para fixar nas paredes da sala ou para pendurá-las em um varal. Peça aos alunos para que observem as xilogravuras e as descrevam.
Informe aos alunos a técnica da xilogravura e os materiais que são necessários para empregar a técnica, como a madeira e a goiva para o entalhe. Diga aos alunos que terão uma oportunidade de fazer uma xilogravura, porém com outros tipos de materiais. Peça que tragam para a próxima aula bandejas de isopor, rolo de espuma para pintura e jornais velhos para forrar o chão.
3ª Etapa: Utilizando a técnica da xilogravura em bandejas de isopor
Na aula seguinte, oriente seus alunos para que se organizem para forrar o chão da sala, cobrindo todo o espaço que será ocupado pelos estudantes e forneça os materiais para serem utilizados de forma coletiva. Peça para que cada aluno pegue a bandeja de isopor que levou e risque o fundo da parte exterior dela com caneta esferográfica. Sugere-se que você leve algumas bandejas.
Enfatize que na produção que farão, a bandeja de isopor substitui a madeira e a caneta esferográfica substitui a goiva. Oriente-os a passarem a caneta de modo cuidadoso para não furar ou atravessar o fundo da bandeja.
Pensando que a proposta é fazer com que os alunos se aproximem das gravuras de cordel, é importante deixar imagens projetadas ou impressas, penduradas em um varal na sala ou fixadas na parede. Imprima algumas imagens, caso não tenha cordéis para levar, e deixe-as disponíveis para os estudantes manusearem. Oriente-os a utilizarem quando necessário e devolver no local após o uso.
Após os alunos terem riscado a bandeja de isopor com caneta esferográfica, cada um utilizará um rolinho de espuma para pintar a gravura. O rolinho deverá ser umedecido em tinta guache preta e cobrir toda a superfície da bandeja. Você poderá fornecer a tinta guache em um recipiente plano para os alunos utilizarem coletivamente; esse recipiente pode ser também uma bandeja de isopor. Na sequência, cada aluno deverá pressionar a bandeja sobre o papel sulfite que o(a) professor(a) fornecerá para ter o resultado esperado.
Peça aos alunos que troquem as bandejas entre si para terem várias gravuras. Após terem finalizado o processo de impressão da gravura, deixe os papeis secando em um ambiente arejado.
4ª Etapa: Exposição das xilogravuras feitas pelos alunos
Nesta última etapa, os alunos irão organizar uma exposição na escola com a produção das xilogravuras. Você poderá organizá-las de modo que fiquem penduradas em um varal para que todos os estudantes e educadores possam vê-las.
Caso queira, também poderá produzir um folheto de cordel, utilizando o plano de aula Literatura de cordel citado na área “Materiais Relacionados”, o qual apresenta passos para a escrita da história de cordel. Na sequência, poderá imprimir as xilogravuras nos folhetos e montá-las como um livro.
Vale mencionar que valorizar essa técnica de pintura como uma das formas populares de manifestação artística se trata de temática pertinente e passível de ser abordada de modo interdisciplinar. Quanto mais elementos e conteúdos escolares forem possíveis de ser incluídos ao explorar essa questão, melhor.
Materiais Relacionados
Professor(a), para aprender a técnica você pode consultar alguns vídeos disponíveis no YouTube, como Xilogravura: como fazer?
Você também pode acessar outros materiais disponíveis na internet que lhe auxiliarão a compreender essa técnica, tais como um texto sobre xilogravura, do site Arte Educação. Sugere-se, também, que você utilize o plano de aula Literatura de cordel desta plataforma, que problematiza a preservação da tradição popular e as denúncias das mazelas sociais nordestinas dessa produção. Desse modo, professor(a), você conseguirá ampliar a abordagem da temática e promover a interdisciplinaridade.