Fui convidada à Angola para compartilhar com os professores das províncias do Namibe e de Lubango. Foi maravilhoso não só para minha carreira, mas para minha vida! Em Luanda, a minha expectativa era grande. A experiência foi tão intensa que aprendi muito mais do que ensinei. É tocante ver as marcas da trajetória histórica e da guerra civil naquele povo. O angolano é alegre, carinhoso e acolhedor. A medida que eu os conhecia mais me encantava com a garra e a força deles. Muita expectativa por ter a oportunidade de suscitar nos demais educadores a coragem para continuarem acreditando na educação e a criatividade para cativar seus alunos. Com aproximadamente 1.500 pessoas, no Cine Namibe.

Me caracterizei de palhaça, com direito a maquiagem e um cachorrinho de estimação imaginário que era representado por uma pequena garrafa pet. Foi lindo! Entrei representando e retirando a maquiagem, utilizei a música “Sonhos de um palhaço”, de Elis Regina. Emocionante! Senti a emoção de todos. Meu objetivo inicial foi mostrar que acima de tudo, nós educadores, somos facilitadores e mediadores do conhecimento. Tema “Educação Infantil: A descoberta de um universo”, foquei a Educação Infantil como o alicerce para formar sujeitos autônomos, críticos e reflexivos. Perceber o interesse de todos foi excepcional! Tudo era novidade, destaquei a diferença de ser criança e de ter infância, fundamentei minhas ideias com as teorias de Vygotsky, Carl Rogers, Phillipe Airiès, Jean Piaget, frisei a importância da fusão entre o corpo, a mente e o estímulo para o desenvolvimento humano; os pilares da educação segundo a UNESCO e a importância da união entre família e escola.

Discursei os reais objetivos da Educação Infantil e que o cuidar, educar e brincar devem ser o fundamento. Para eles tal segmento, o Infantário, vem se “arrastando”. Ao final, fui procurada pela diretora da Escola Primária e Secundária Emílio Ngongo, uma escola no meio do deserto, como se fosse um bairro sendo construído. Nesta experiência conheci crianças doces com os olhinhos brilhando, transmitiam paz. Foi inesquecível! Os professores, participaram da oficina, percebi que não sabiam como inserir as brincadeiras e os jogos no cotidiano escolar, mas a vontade de mudar era maior que o medo. Buscamos sucata no lixo próximo, construímos jogos, unimos teoria e prática. Missão cumprida, retornei. Ainda hoje trocamos e-mails com novas ideias e troca de experiências. Envio atividades que eles possam fazer com os alunos.

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