Leonardo Valle

O desmatamento na Amazônia Legal – área da floresta amazônica que envolve nove estados brasileiros – aumentou 54% em janeiro de 2019, quando comparado ao mesmo mês do ano anterior. Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

Foram registrados 108 km² de desflorestamento na região. O estado do Pará foi o que mais desmatou (37%), seguido de Mato Grosso (32%), Roraima (16%), Rondônia (8%), Amazonas (6%) e Acre (1%). A maior parte do desmatamento (67%) ocorreu em áreas privadas, mas também houve ação em unidades de conservação (5%) e terras indígenas (7%).

Segundo a organização não governamental (ONG) Greenpeace Brasil, os dados confirmam as projeções feitas por ambientalistas, pesquisadores e cientistas políticos sobre os efeitos imediatos das novas políticas propostas para o campo. “Pode indicar que a sinalização de que o governo irá afrouxar a fiscalização e paralisar demarcações já promove uma corrida pelo desmatamento”, opinou a entidade em comunicado.

Em janeiro, uma medida provisória (MP), assinada pelo presidente Jair Bolsonaro transferiu para o Ministério da Agricultura a responsabilidade de identificar e demarcar terras indígenas e quilombolas. O comando da pasta ficou a cargo da ex-presidenta da bancada ruralista no Congresso, a deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS). As mudanças, contudo, foram repudiadas por entidades socioambientais, que viram conflitos de interesses nas medidas.

Com Greenpeace Brasil

Veja mais:
Legado de Chico Mendes, reservas extrativistas ajudaram a frear desmatamento da Amazônia
Mudança na demarcação de terras prejudicará indígenas e quilombolas, para entidades do setor
Continuidade do desmatamento pode causar colapso da floresta amazônica, avalia pesquisador

Crédito da imagem: Pedarilhos – iStock

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