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                                                        “Cultura popular é a identidade de um povo, é a digital, é o DNA.”

                                                                                                                                                         (Assis Ângelo)
Em 3 de março de 1947, no estúdio da extinta RCA, no Rio de Janeiro, foi gravado o baião Asa Branca, composto por Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. A música  aborda a seca no Nordeste, que continua a castigar as populações e as expulsa de suas terras. O tema já estava presente em muitas canções, mas esta gravação é um marco. A partir daí Asa Branca ganhou mais de 500 interpretações no Brasil e no exterior.
 
                           

Assis Ângelo e a  primeira gravação de Asa Branca (Crédito: Marcelo Abud)

Sete décadas depois de seu primeiro registro em disco, Asa Branca ainda é atual e aborda temas que são estudados nas diversas áreas do currículo. Para o arte-educador e músico Marcelo Tupinambá Leandro, que herdou do bisavô, Marcelo Tupynambá, o gosto pela pesquisa, a composição não serve apenas para aulas de música, mas possibilita abordar questões políticas e sociais dos dias de hoje. Ele lembra o ditado “o problema do nordeste não é a seca, mas a cerca”, o que remete à desigualdade social e ao latifúndio ainda presentes.  Outro aspecto ressaltado por Tupinambá é a dimensão folclórica e identitária da música.

Veja também:
Para conhecer a história  de Asa Branca, ave que prenuncia tanto longos períodos de seca quanto a volta da chuva, recorremos ao jornalista, crítico musical e presidente do Instituo Memória Brasil, Assis Ângelo.  Ele nos conta que a música tem origem em uma cantiga de domínio público, do final do século 19 e era tocada por Januário, pai de Gonzaga. Coube a Humberto Teixeira recriar a letra de Asa Branca. “A temática é a mesma de antes. A letra é diferente”, aponta Ângelo.
No áudio, os entrevistados lamentam o cenário que não mudou em sete décadas. “A Asa branca não está no sertão nordestino há, no mínimo, 5 anos. A seca que lá perdura é uma das maiores. Tudo permanece igual”, afirma Assis. “Eu tenho certeza que é um problema que poderia ser resolvido em bem pouco tempo”, conclui Tupinambá.
Links
Acompanhe conteúdo escrito por Assis Ângelo, a partir das entrevistas que o jornalista fez com Luiz Gonzaga.
Conheça parte do acervo do Instituto Memória Brasil, na página mantida no Facebook.
Fique por dentro da programação da Oficinal Cultural Casa Mário de Andrade.
Créditos
As músicas utilizadas nessa edição, em ordem de entrada, são: Asa Branca (Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira), Asa Branca (Domínio popular), na interpretação de Cego Oliveira, A volta da Asa Branca (Luiz Gonzaga e Zé Dantas).
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