Pesquisar na internet pode ser uma ferramenta de aprendizagem valiosa para os alunos, quando orientada pelo professor. Uma boa opção é a criação e a utilização de um webquest em sala de aula – metodologia em que o docente define tema e objetivo a serem pesquisados, assim como disponibiliza aos estudantes links de sites previamente selecionados para a pesquisa.

“O método promove a autonomia da turma no desenvolvimento de novos saberes, mediada por recursos tecnológicos e orientada pelo educador”, resume o professor de sociologia da rede estadual do Paraná, Elton Mitio Yoshimoto.

Ele e a docente Graziele Maria Freire Yoshimoto utilizaram o procedimento didático com 37 alunos do 2º ano do ensino médio de um colégio estadual da cidade de Londrina (PR). Para isso, elaboraram um webquest com o tema “A cidadania e os direitos sociais no Brasil” e convidaram os estudantes a pesquisarem e responderem a seguinte pergunta: “de que forma podemos combater os males da sociedade brasileira como as desigualdades sociais?”

A turma foi dividida em grupos de cinco pessoas, que puderam consultar a biblioteca da escola, livros relacionados ao tema e sites oficiais, como os do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Câmara dos Deputados, da Assembleia Legislativa do Paraná e Transparência Brasil.

“Por utilizar recursos tecnológicos, a webquest facilita o diálogo dos estudantes com conteúdos específicos do componente curricular de sociologia. Promove práticas de aprendizagem colaborativa que se aproximam da realidade deles”, destaca Freire.

“Dentre as principais habilidades desenvolvidas, destacamos a consolidação de um letramento digital com intencionalidade pedagógica, indo além do uso mecânico dos recursos e da reprodução de ideias alheias. Assim, houve uma produção efetiva de conhecimento pelos alunos, a despeito do mero consumo de informações, promovendo práticas de autoria”, afirma.

Aprendendo a colaborar

Segundo Mitio e Freire, por ser uma atividade orientada, os estudantes tinham maior clareza dos objetivos a serem alcançados, facilitando o planejamento de suas ações.  “Isso seria mais difícil em uma pesquisa convencional, em que o professor apenas expõe o tema a ser estudado. Tal estrutura permitiu ainda que os alunos se posicionassem ante a temática proposta, argumentando sobre as desigualdades sociais a partir dos resultados que encontraram”, completa a professora.

Entre os desafios, eles destacam superar práticas arraigadas de cópia de informações. “Além disso, foi preciso conscientizar os grupos sobre o caráter colaborativo de trabalhos em grupo, a despeito da divisão mecânica de tarefas a serem desempenhadas por cada integrante.”

Para outros docentes de sociologia que desejam utilizar a webquest em sala de aula, a dupla indica diferentes recursos midiáticos. “O professor pode orientar não apenas a leitura de textos selecionados a partir de sites acadêmicos, mas também oferecer um acervo tecnológico de maneira ampla, com indicação ou produção de vídeos, reflexões de imagens, interpretação de áudios de músicas, entre outros elementos que podem enriquecer o processo de ensino e aprendizagem”, finaliza Freire.

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Crédito da imagem: Ridofranz – iStock

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