Em agosto deste ano, iniciei um projeto voluntário de educomunicação com alunos de 14 a 17 anos do Colégio Integral, em Curitiba. Foi um importante passo para começar a fazer a diferença na educação por meio da comunicação. Esse desafio conta com a colaboração da jornalista e doutoranda em Tecnologia e Sociedade (UTFPR), Cátia Reis, e com o apoio do colégio, que acreditou nos benefícios que essa ação traria para a aprendizagem dos alunos.

Nomeado pelos próprios estudantes como A Fogueira (http://projetoafogueira.wordpress.com/o-projeto/), o projeto acontece no contra turno escolar, em encontros quinzenais. Um dos participantes traduz bem a escolha do nome: “a fogueira tem as qualidades de iluminar, aquecer, guiar, reunir pessoas em torno dela, exatamente as nossas motivações”. A proposta envolve os alunos na prática da construção de narrativas e trabalha os conteúdos escolares e da vida de forma contextualizada, além de aperfeiçoar o pensamento crítico, a linguagem, expressão oral e corporal etc. Uma das conquistas foi o desenvolvimento de um blog. A escolha dos links, a criação do logotipo, os posts e as imagens têm a participação ativa de todos. Além do blog, o grupo está produzindo um vídeo sobre Grêmio Estudantil.

O protagonismo juvenil e a autonomia são a base do trabalho, pois o tema, o roteiro e as entrevistas têm o olhar e a autoria dos alunos, transparecendo a identidade coletiva a partir da diversidade. O grupo também realiza visitas e recebe convidados, entre jornalistas, publicitários, empreendedores etc. Durante todo o processo nós, educomunicadoras, somos mediadoras, orientando sobre a comunicação e sua responsabilidade, técnicas textuais, clareza e filtro das informações. Estimulamos uma produção consciente e debates sobre assuntos que os próprios alunos trazem à tona.

Exemplo disso foi uma série de textos que o grupo escreveu sobre preconceito. Eles escolheram temáticas que se identificavam ou que os inquietavam, como homofobia, xenofobia, preconceito musical e com pessoas tatuadas, além de uma entrevista com uma psicóloga. A Fogueira está colaborando para o início de um ecossistema comunicativo na escola e de uma educação conectada ao jovem, despertando a criatividade e o sentimento de pertencimento, além de motivar o aluno a acreditar na sua capacidade de realização e a trazer temas do seu cotidiano para o debate. Essa construção é uma memória viva e concreta da história da escola e dos próprios jovens.

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