Meu nome é Eliane e atuo como professora em uma turma de 2º Ano, em uma escola da periferia de Maringá e com o pior IDEB. Em minha turma me deparo com os diferentes níveis de escrita, com aluno que faz acompanhamento médico psiquiátrico, outros que deveriam ter acompanhamento, mas que por negligência da família não o faz. Tendo em vista as dificuldades em que me deparo, meu trabalho é focado sempre na auto-estima, pois essa é a forma que encontrei para que o mesmo dê resultado.

E com o Gênero Textual Poema, não foi diferente, utilizei-me do poema escrito por Vinicius de Moraes – O Pato – e com ele consegui não só didaticamente explorar o gênero, por meio de uma rotina que seguimos em nosso município: realizar leituras, interpretação, sistematização de palavras; como também associar o conteúdo com a disciplina de Ciências. As atividades desenvolvidas com os alunos sempre tinham como foco atender os diferentes níveis de escrita, ora individual, ora em dupla.

Durante as aulas propiciei aos meus alunos, não só compreender o texto que estávamos explorando, mas também dar importância ao autor, fato este evidenciado quando os mesmos passaram a perceber nos noticiários, que o “Poetinha” já havia morrido e que se vivo estivesse completaria, este ano, cem anos. Vislumbraram também que ele fora muito importante para a história da cultura brasileira. Como deram atenção à morte de Vinicius, aproveitei para explorar o tema e fazer a interdisciplinaridade com Ciências, no tema “seres vivos”.

Conversamos sobre o fato de que todos nascem, crescem, se desenvolvem e morrem. Após o desenvolvimento da rotina acima descrita, minha supervisora me lançou o seguinte desafio: produzir um poema com meus alunos. Como a turminha já estava apaixonada pelo poeta e pelo conteúdo trabalhado, lancei-lhes o desafio: seriam eles todos poetas naquela aula. Salientei que para escrever precisaríamos nos inspirar em algo, como naquela manhã estava chovendo, eles definiram falar de chuva, e aí fomos conversando, pensando, até que surgiu: A ROSA Ó CHUVA, CHUVOSA, QUE DESCE DO CÉU, QUE MOLHA A ROSA BRANCA COMO O VÉU. ESSA ROSA QUE CRESCEU, ABRIU-SE CADA VEZ MAIS, LOGO-LOGO SE ENCOLHEU, FOI SE EMBORA E MORREU. AUTORES: TURMA 2º ANO C- PROFESSORA ELIANE SCHWINGEL

Enquanto surgia o poema, questionei-lhes do por que da flor morrer e foi unânime: “se todos os seres vivos nascem e um dia morre, qual o problema da flor morrer, afinal era só um poema, nem era uma flor de verdade”.

0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments

Receba NossasNovidades

Receba NossasNovidades

Assine gratuitamente a nossa newsletter e receba todas as novidades sobre os projetos e ações do Instituto Claro.